BRASÍLIA, 8 de julho — O líder petista José Dirceu, que planeja retornar ao Congresso Nacional nas próximas eleições, disse em uma entrevista à Band News que foi ao ar neste domingo que “a primeira grande fake news no Brasil foi o mensalão”, e que sua prisão foi uma maneira de afastá-lo da política para impedir que se tornasse sucessor de Lula.
Dirceu foi preso em 2013 por ser um dos líderes de um esquema de corrupção que consistia na oferta de mesadas mensais a parlamentares em troca de votos no Congresso durante os anos de 2003 e 2004. Sua pena foi perdoada em 2016 por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.
“Eu disse, e alguns me criticaram por dizer, que até por justiça, eu mereço voltar ao Congresso Nacional. Eu fui cassado por ter sido chefe do mensalão. O Roberto Jefferson foi cassado porque não provou o que era o mensalão. E o Supremo me absolveu de formação de quadrilha. Então basta ver quem é o Roberto Jefferson hoje e quem sou eu. A primeira grande fake news no Brasil foi o mensalão. Não o caixa-dois na campanha eleitoral, mas a história de que existiu o mensalão e que eu era o responsável” -José Dirceu
No final de maio, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal extinguiu outra pena imposta a José Dirceu por recebimento de vantagens ilícitas de um contrato fraudulento entre a Petrobras e a Apolo Tubulars em 2009, alegando que o crime já havia prescrito (prazo expirou).
Para os ministros Ricardo Lewandowski, Nunes Marques e Gilmar Mendes, a corrupção passiva de José Dirceu começou no pedido da propina, e não no recebimento do dinheiro, que segundo eles, seria apenas uma consequência do pedido. Ficaram vencidos os ministros Edson Fachin (relator do processo) e a ministra Cármen Lúcia, que consideraram que não houve prescrição e votaram a favor da manutenção da sentença.
Para concorrer no próximo pleito, Dirceu ainda precisa derrubar uma última condenação da Lava Jato, que neste momento encontra-se no Superior Tribunal de Justiça, que confirmou sua condenação e reduziu sua pena para 27 anos e um mês de prisão em regime fechado (defesa está recorrendo).
Neste outro caso, o Ministério Público Federal alega que Dirceu utilizou sua influência política para nomear e manter indivíduos na Petrobras, recebendo pagamentos indevidos em contratos entre a empresa e a Engevix.
(Matéria em atualização)