BRASÍLIA, 21 de agosto — A Polícia Federal intimou hoje, em um inquérito aberto por Alexandre de Moraes (Inquérito 4972/Sigiloso) que investiga o vazamento das mensagens de WhatsApp de assessores do próprio ministro que estão sendo divulgadas pela Folha de S. Paulo, o perito criminal e ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, sua esposa e seu cunhado.
Desde o último dia 13/08, o jornal Folha de S. Paulo vem divulgando arquivos que somam mais de 6 gigabytes de mensagens e áudios de conversas no WhatsApp trocadas entre auxiliares do ministro Alexandre de Moraes, incluindo o seu principal assessor no Supremo, o juiz auxiliar Airton Vieira.
Essas conversas, que ocorreram durante e após as eleições de 2022 (de agosto de 2022 a maio de 2023), revelam que Moraes utilizava informalmente ferramentas do Tribunal Superior Eleitoral, especificamente do setor de combate à desinformação, que possuía “poder de polícia”, para alimentar o chamado “inquérito das Fake News” no Supremo Tribunal Federal.
Boa parte das mensagens com os pedidos informais feitos pelo WhatsApp envolveu o braço direito de Moraes no Supremo, o juiz instrutor Airton Vieira, e Eduardo Tagliaferro, que na época chefiava a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE.
Tagliaferro já não faz mais parte do TSE desde maio do ano passado, após ter sido preso sob suspeita de violência doméstica contra sua esposa em Caieiras, São Paulo.
Alguns dias após sua prisão, seu aparelho celular foi entregue à Polícia Civil de São Paulo pelo seu cunhado Celso Luiz de Oliveira.
A intimação entregue a Tagliaferro informa que os depoimentos foram marcados para amanhã (22), às 11h, na sede da PF em São Paulo.
A defesa de Tagliaferro afirma que ele foi surpreendido com a abertura de um inquérito e está solicitando o adiamento das oitivas até que seja concedido o acesso aos autos.
(Matéria em atualização)