LISBOA, 10 de março — Com quase 99% das urnas apuradas, a centro-direita política portuguesa foi a grande vencedora das eleições legislativas que foram realizadas hoje no país, que deverá ter um novo governo de direita, substituindo o antigo governo socialista que está no poder desde 2015.
Com apenas 55 mil votos de diferença entre o primeiro e segundo lugar, ainda existe a possibilidade dos resultados mudarem e o Partido Socialista assumir a dianteira até o dia 20/03, quando serão contabilizados os votos do exterior, porém a sigla governista já admitiu derrota e disse que será oposição ao novo governo (não havia a possibilidade de formação de um governo de esquerda).
De acordo com os dados oficiais, Luís Montenegro, líder da maior coalizão de centro direita (Aliança Democrática) que saiu vencedora hoje, deverá se aliar ao partido de direita CHEGA e formar um governo para se tornar o novo primeiro-ministro português.
Uma outra possibilidade seria o novo governo tentar governar com uma minoria se aliando com partidos menores, o que o deixaria vulnerável e criaria duas oposições (governo instável).
Dias atrás, Montenegro disse em entrevista que não havia a menor possibilidade de negociar com o também partido de direita CHEGA, porém interlocutores dos dois partidos já estariam conversando.
“A direita precisa ter responsabilidade com o país. Só um ato de irresponsabilidade, de deixar o Partido socialista governar, pode afastar um acordo. Vamos ouvir o que Luís Montenegro tem a dizer. Os portugueses já disseram o que querem nas urnas e deram uma resposta ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que quis condicionar os votos dos cidadãos” -André Ventura, líder do partido CHEGA
Até o momento, a Aliança Democrática está com 29,54% dos votos (77 cadeiras no Parlamento), contra 28,67% do Partido Socialista (75 cadeiras) e 18,03% do partido CHEGA (passou de 12 para 46 cadeiras).
Segundo os números oficiais, 66,24% dos portugueses habilitados à votar participaram deste pleito. A abstenção foi de 33,76%.
As outras siglas que disputaram as eleições, a IL (Iniciativa Liberal), BE (Bloco de Esquerda), CDU (Coalizão Democrática Unitária), Livre e a PAN (Pessoas–Animais–Natureza), conseguiram, juntas, apenas 21 cadeiras (não há a possibilidade de formação de maioria nem com uma aliança com todos os partidos menores juntos).
As eleições portuguesas foram marcadas para hoje no último dia 09 de novembro após o longevo primeiro-ministro socialista António Costa, que estava no cargo desde 2015, dissolver o Parlamento de Portugal e renunciar ao seu cargo por conta de denúncias de corrupção.
Os próximos dias serão marcados por negociações no Parlamento português, que deverá formar um novo governo após uma autorização do presidente do país (protocolo do regime semipresidencialista). O presidente deverá ser comunicado sobre a composição do novo governo.
(Matéria em atualização)