Nova projeção do IBGE aponta para um grande declínio nos nascimentos de brasileiros, que poderão ser superados pelo número de mortes já em 2042

Imagem ilustrativa por Sarah Chai (CC)

São Paulo, 22 de agosto — De acordo com dados da Revisão 2024 das “Projeções da População: Brasil e Unidades da Federação: Estimativas e Projeções”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira, que neste ano crescerá apenas 0,4%, começará a diminuir a partir de 2042, após atingir uma máxima de 220,43 milhões de pessoas em 2041.

A diminuição acontecerá mesmo com o aumento da expectativa de vida do brasileiro para 83,9 anos (81,7 anos para homens e 86,1 anos para mulheres) e da redução da taxa de mortalidade infantil para 5,8 óbitos por 1.000 nascidos vivos (em comparação com 28,1 óbitos no ano 2000) até 2070.

Os números, que refletem uma população envelhecendo e um número cada vez menor de nascimentos, espelham o cenário internacional de diversos países que enfrentam dificuldades para reverter essa situação, que gera grandes desafios e prejuízos sociais, econômicos e previdenciários.

O Japão, que enfrenta uma situação similar mas em níveis alarmantes, passou a perder, em 2024, cerca de 100 cidadãos por hora, considerando a diferença entre o número de nascimentos e mortes.

Grandes empresas no Japão estão mudando seus mercados para produzir mais fraldas geriátricas do que fraldas infantis.

No Brasil, no ano 2000, ocorreram 3.572.865 nascimentos. Dez anos depois, em 2010, esse número caiu para 2.947.296.

Já em 2022, doze anos depois, foram registrados 2.574.542 nascimentos, e, mantendo o ritmo atual, estima-se que em 2070 ocorram apenas 1.488.161 nascimentos.

Três estados brasileiros devem começar a diminuir ainda nesta década: Alagoas e Rio Grande do Sul em 2027, e Rio de Janeiro em 2028.

Roraima e Santa Catarina devem continuar com crescimento populacional até a década de 2060, com Roraima crescendo até 2060 e Santa Catarina até 2063. Já Mato Grosso deve manter esse crescimento até pelo menos 2070.

A projeção assusta porque antecipa em 6 anos o início da perda populacional em relação à projeção de 2020, que se baseava nos mesmos cálculos.

A taxa de fecundidade da mulher brasileira, em 2023, foi de 1,57 filho por mulher. A taxa adequada para a reposição de população é de 2,1 filhos por mulher.

No ano 2000, a taxa de fecundidade da mulher brasileira era de 2,32 filhos por mulher.

A nova projeção indica que, no ritmo atual, a mulher brasileira terá 1,44 filho por mulher, com um pequeno aumento até 2070, quando esse número deverá chegar a 1,5.

Em 1960, a mulher brasileira tinha, em média, 6,28 filhos.

Ainda de acordo com a nova projeção, a média de idade das mulheres que terão filhos no Brasil será de 31,3 anos em 2070, em comparação com a média de 25,3 anos no ano 2000 (hoje a média é de 27 anos).

Entre os países com as piores taxas de fecundidade no planeta atualmente estão a Itália, a Jamaica, o Japão, a Espanha e a Ucrânia, todos com 1,3 filho por mulher; a China, com 1,2 filho por mulher; Singapura, com 1,1 filho por mulher; a Coreia do Sul, com 0,88 filho por mulher; e Hong Kong, com 0,85 filho por mulher.

Os países com as maiores taxas de fecundidade são Niger, com 6,6 filhos por mulher; Chad, República Democrática do Congo e Somália, cada um com 6,0 filhos por mulher; República Centro-Africana e Mali, com 5,7 filhos por mulher; Angola e Nigéria, com 5,0 filhos por mulher; Burundi, com 4,8 filhos por mulher; e Benin, com 4,7 filhos por mulher.

Na América do Sul, a Guiana Francesa lidera com uma taxa de fecundidade de 3,4 filhos por mulher, seguida pela Bolívia, com 3,1 filhos por mulher; Paraguai, com 2,4 filhos por mulher; Guiana e Suriname, ambos com 2,3 filhos por mulher; Peru e Venezuela, com 2,1 filhos por mulher; Equador, com 2,0 filhos por mulher; Colômbia, com 1,7 filhos por mulher; Argentina, com 1,9 filhos por mulher; e Chile e Uruguai, ambos com 1,5 filhos por mulher.


(Matéria em atualização)

Últimas Notícias

Mais lidas da semana

- PUBLICIDADE -spot_img

Matérias Relacionadas

O Apolo nas redes sociais

O Apolo Brasil no Instagram

O Apolo Brasil no Telegram

O Apolo Brasil no X

O Apolo Brasil no TikTok

O Apolo Brasil no Facebook

O Apolo Brasil no Threads

- NOVIDADE -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Leia mais

MEC diz que a nova ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, não conseguiu explicar onde foi parar R$ 177,3 milhões dos cofres públicos quando comandava a Educação de MG

BRASÍLIA, 13 de setembro — De acordo com um documento obtido pelo portal UOL, uma auditoria do Ministério da Educação (MEC), que foi foi atestada pela Controladoria-Geral da União (CGU), diz que a nova ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, que assumiu...