BRASÍLIA, 5 de setembro — Durante sua live semanal de hoje, a chamada “Conversa com o presidente”, o presidente Lula voltou a causar polêmica ao defender o voto secreto de ministros do Supremo Tribunal Federal como meio de conter a “animosidade” da população contra as decisões proferidas pelos ministros; a conversa surgiu enquanto o mandatário defendia a sua indicação do ministro Cristiano Zanin ao STF, que vem sofrendo duras críticas da base aliada do governo por conta de suas últimas decisões contrárias à ala progressista, e após Lula criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro por não concordar com decisões da Corte.
“Eu aliás, se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte: A sociedade não tem que saber como é que vota o ministro da Suprema Corte. O cara tem que votar, ninguém precisa saber, votou a maioria, 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2, não precisa ninguém saber, porque aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz […] Para a gente não criar animosidade, eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito da gente mudar o que está acontecendo no Brasil. Porque do jeito que vai daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, passear com sua família porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele […] A Suprema Corte decide e a gente cumpre. É assim que é” –Presidente Lula
Em sua última live semanal, transmitida no dia 28/08, o presidente Lula virou notícia ao anunciar a criação do 38° ministério, que seria chamado de Ministério da Pequena e Média Empresa, para abrigar algum aliado que perderia uma pasta que seria destinada ao Centrão.
Até ontem, tudo indicava que a ideia de criar um novo ministério teria sido deixada de lado.
O aliado de Lira André Fufuca (tem interesse em aparecer mais e se lançar ao Senado em 2026), do PP do Maranhão, que receberia o controle do Ministério do Desenvolvimento Social (que perderia o comando Bolsa Família e é liderado pelo senador petista Wellington Dias) recebeu na verdade a oferta do Ministério do Esporte, que está sendo turbinado com os bilhões da taxação das apostas esportivas. A bancada do PP recusou a oferta e a reforma ministerial, por ora, travou.
Era esperado que a sigla PP recebesse o comando da Caixa (incluindo suas 12 vice-presidências) ainda na semana passada (em Brasília, vale mais que vários ministérios somados), que sairia das mãos de Rita Serrano e iria para a ex-deputada Margarete Coelho, aliada de Lira, mas a troca também travou.
O Ministério de Portos e Aeroportos, que hoje é comandado por Marcio França, do PSB, será entregue ao deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). Costa Filho é filho do ex-deputado Silvio Costa, amigo pessoal do presidente Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff. A troca hoje enfrenta uma dura resistência de Marcio França.
É esperado que o partido também leve a recém-recriada Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), que conta com um orçamento de R$ 2,8 bilhões, e estava sendo disputada entre as siglas PP, PSD, União Brasil, Republicanos e MDB.
(Em atualização)