Parciais do novo Censo do Judiciário apontam que juízes acham que trabalham demais e não recebem o suficiente

Plenário do Conselho Nacional de Justiça | Imagem por Gláucio Dettmar/AG.CNJ

BRASÍLIA, 20 de setembro — O relatório parcial do 2º Censo do Poder Judiciário 2023, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça, aponta que os juízes do Brasil sentem que trabalham demais e ganham um valor insuficiente por mês; um número considerável dos magistrados também se queixou de estresse e ansiedade, além de esgotamento emocional e físico.

De acordo com os dados parciais do questionamento feito pelo CNJ, 79,7% dos magistrados acreditam que estão trabalhando demais; 73,9% acreditam que a remuneração paga aos juízes não é o suficiente.

30,9% juízes também responderam que não são felizes na carreira da magistratura, enquanto 58% disseram sentir estresse, 56,2% disseram sentir esgotamento emocional e 28,9% esgotamento físico. 15,1% dos magistrados disseram que foram diagnosticados com depressão.

Hoje no Brasil, a remuneração inicial de um magistrado federal é de cerca de R$ 33 mil, o que corresponde a 25 salários mínimos.

De acordo com últimos dados do IBGE, cerca de 70% da população brasileira ganha até dois salários mínimos por mês. Cerca de 90% dos brasileiros possuem uma renda mensal de até R$ 3.422.

Quanto aos salários do funcionalismo público brasileiro, de acordo com o instituto República.org, cerca de metade dos servidores recebe até R$ 3.400 por mês. 70% dos servidores públicos brasileiros recebem menos de R$ 5.000 mensais.

Ainda segundo o CNJ, em publicação do início deste mês (“Justiça em Números”), o Conselho publicou o anuário Justiça em Números, cada magistrado brasileiro custa cerca de R$ 68 mil mensais aos cofres públicos.

Seguindo o aumento escalonado dos magistrados definido em dezembro de 2022 pelo Congresso, no início de agosto o Supremo aprovou, por unanimidade, o Orçamento da Corte para o ano de 2024 no valor de R$ 897.877.951, contando com um aumento salarial dos ministros de R$ 41,6 mil para R$ 44.008,52, a partir de fevereiro do ano que vem.

Dos quase R$ 898 milhões previstos para a Corte em 2024, R$ 590.078.889 são referentes à remunerações e benefícios de servidores.

Como efeito cascata, o aumento de salário dos ministros do Supremo elevará quase que de forma automática o salário do Judiciário brasileiro e da elite do funcionalismo público, além de ser a referência para o aumento de salário da classe política.


(Em atualização)

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