PF cumpre mandado autorizado por Alexandre de Moraes contra Carlos Bolsonaro e seus assessores em operação sobre ‘espionagem ilegal’ da ABIN

Carlos Bolsonaro , vereador do Rio de Janeiro | Imagem por Alan Santos/PR

BRASÍLIA, 29 de janeiro — Por ordem assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a casa e o gabinete do vereador do Rio de Janeiro (sexto mandato consecutivo) Carlos Bolsonaro (REPUBLICANOS-RJ) são alvos de uma operação da Polícia Federal que está sendo realizada nesta manhã que investiga se o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro recebia dados obtidos por um ‘esquema de de espionagem ilegal’ pela ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) através do deputado federal e ex-diretor da agência de Inteligência Alexandre Ramagem, que foi alvo de uma operação similar no último dia 25/01; a medida recebeu aval da Procuradoria-Geral da República, já sob o novo comando de Paulo Gonet Branco.

Assessores do vereador Carlos Bolsonaro também são alvos da operação que busca por documentos e aparelhos eletrônicos.

No total, Moraes assinou 8 mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos no RJ (5), em Brasília (1), em Formosa, Goiás (1) e em Salvador, Bahia (1).

Carlos Bolsonaro está viajando com o pai e os irmãos na praia de Mumbucaba, em Angra dos Reis. A casa onde eles estão também foi alvo da PF (o presidente havia saído para pescar por volta das 5h~6h da manhã).

O senador Flávio Bolsonaro e Jair Renan Bolsonaro, filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, apesar de não serem alvos da operação de hoje, também estariam na investigação da Polícia Federal.

Ainda não existem informações oficiais sobre a operação de hoje, que é um desdobramento das operações “Vigilância Aproximada” e “Última Milha”.

Ambas as operações dizem respeito a um software comprado pelo governo Michel Temer chamado First Mile, da israelense Cognyte, que de acordo com a própria PF utilizava dados de GPS e triangulação de antena para “monitorar ilegalmente a posição de celulares de políticos, servidores públicos, advogados, jornalistas e até mesmo juízes” para uso midiático e político.

A ABIN confirmou que utilizou o software até o ano de 2021 em seu Centro de Inteligência Nacional (CIN, criado em 2020).

Carlos Bolsonaro ainda não se comentou publicamente sobre a operação (provavelmente divulgará uma nota escrita por advogados que já foram acionados na manhã de hoje).

A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro também disse que divulgará uma nota em breve.


(Matéria em atualização)

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