PGR denuncia o deputado Nikolas Ferreira por ter chamado Lula de “ladrão”

Deputado Nikolas Ferreira no evento em que o parlamentar chamou Lula de “ladrão” (arquivo do inquérito) | Imagem por REPRODUÇÃO/redes sociais/UN TV

BRASÍLIA, 26 de julho — A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia formal assinada pelo vice-procurador-geral Hindenburgo Chateaubriand Filho contra o deputado Nikolas Ferreira por crime de injúria contra o presidente Lula, devido ao parlamentar ter chamado o mandatário de “ladrão” durante um discurso em um evento da Organização das Nações Unidas (ONU) em novembro do ano passado.

“[…] e isso se encaixa perfeitamente com Greta e Leonardo Di Caprio, por exemplo, que apoiaram o nosso presidente socialista, chamado Lula, um ladrão que deveria estar na prisão-frase utilizada no inquérito contra Nikolas Ferreira

O inquérito teve início em abril deste ano com um pedido do ex-ministro da Justiça Ricardo Cappelli (designou a PF para cumprir diligências em um prazo de 60 dias) e foi defendido pelo próprio vice-procurador-geral da República que assinou essa denúncia.

O vídeo chegou ao Ministério da Justiça através de um link enviado por Lula em novembro do ano passado (link de uma matéria do portal Metrópoles).

Vídeo do discurso | REPRODUÇÃO/redes sociais

Quando o inquérito foi aberto (aceito) pelo ministro Luiz Fux, o deputado disse em suas redes sociais, como resposta, que “a simples investigação de um fato como esse já demonstra o quanto está ameaçada a liberdade de expressão no Brasil – incluindo a do deputado mais votado do país que possui imunidade parlamentar pela Constituição”.

“Após começar a pedir mais informações sobre as denúncias do Elon Musk, o STF abriu um inquérito para investigar porque eu chamei o Lula de ladrão. A simples investigação de um fato como esse já demonstra o quanto está ameaçada a liberdade de expressão no Brasil – incluindo a do deputado mais votado do país que possui imunidade parlamentar pela Constituição. Imagine como vai ser com um simples cidadão brasileiro, que não pode chamar um político condenado em três instâncias de ladrão e envolvido até o pescoço em casos de corrupção. Hoje sou eu, amanhã é você.” -Nikolas Ferreira

Como próximo passo, o subprocurador solicitou ao STF uma audiência preliminar para oferecer uma transação penal (acordo para antecipar a aplicação da pena, multa e indenização por danos) a Nikolas, e, caso não haja acordo, a PGR pede o processamento da ação penal contra o deputado.

Se Nikolas não aceitar a transação penal, ele terá um prazo de 15 dias para apresentar sua defesa, e o Supremo decidirá se aceita a denúncia.

Se a denúncia for recusada, o inquérito será arquivado. Se aceita, Nikolas se tornará réu e enfrentará um processo penal, que pode levar à condenação ou absolvição.

Se condenado, Nikolas poderá enfrentar uma pena de detenção de um a seis meses e uma multa, com um aumento de 1/3 da pena devido a três agravantes mencionados pela PGR: o fato de o crime ter sido cometido contra um presidente da República, uma pessoa com mais de 60 anos, e a divulgação vídeo nas redes sociais.


(Matéria em atualização)

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