BRASÍLIA, 19 de junho — Como esperado e por unanimidade, com 9 votos, sendo 4 deles de diretores indicados por Lula, Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil decide por interromper ciclo de quedas e manter a taxa básica de juros da economia, conhecida como Selic, em 10,50%.
“O Comitê, unanimemente, optou por interromper o ciclo de queda de juros, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela. Ressalta, ademais, que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas” -COPOM
Como razão para sua decisão, o grupo destacou as incertezas na economia e o desalinhamento das expectativas de inflação como os principais motivos para finalizar o ciclo de redução das taxas de juros que vinha caindo desde agosto do ano passado, quando a Selic estava em 13,75%.
Na última reunião do colegiado, os quatro diretores indicados por Lula votaram pela queda 0,5 ponto percentual na taxa de juros, enquanto os cinco indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro votaram por uma queda menor, de 0,25 (venceram por maioria).
Desde então, Lula, que já tinha cessado seus ataques ao presidente do Banco Central Roberto Campos Neto a pedido de sua equipe econômica, retomou suas críticas, acusando-o de “ter lado político” e de agir para “prejudicar o país”.
O COPOM costuma se reunir a cada 45 dias para decidir a taxa de juros do país.
As próximas reuniões do colegiado estão agendadas para os dias 30 e 31 de julho, 17 e 18 de setembro, 5 e 6 de novembro, e 10 e 11 de dezembro.
Lula, que ainda ontem chamou o Banco Central de “a única coisa desajustada” no país, ainda não comentou sobre a decisão do Copom.
(Matéria em atualização)