Presidente da Petrobras, ex-senador petista Jean Paul Prates, confirma a aliados que foi demitido de seu cargo por Lula

Lula e Jean Paul Prates na polêmica refinaria Abreu e Lima | Imagem por Ricardo Stuckert / PR

BRASÍLIA, 14 de maio — O ex-senador petista Jean Paul Prates, que nas últimas semanas estava lutando por seu cargo de presidente/CEO da Petrobras, após vários ensaios de sua demissão, disse há pouco, em uma nota interna da empresa, que foi demitido por Lula.

Jean Paul Prates vinha enfrentando uma sucessão de conflitos internos no governo ligados a decisão do Conselho de Administração da estatal de não distribuir dividendos extras (parcela do lucro dos acionistas), e até atritos públicos com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Nota interna: “Queridos amigos. O presidente pediu meu cargo de volta agora há pouco. Deve nomear Magda. Amanhã conversaremos melhor. Danilo ficou tratando dos trâmites imediatos. Minha missão foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira e Rui Costa. Não creio que haja chance de reconsideração. Vão anunciar daqui a pouco. Só me resta agradecer a vcs e torcer que consigam ficar ou se reposicionar. Contém comigo no que eu puder fazer.” -Jean Paul Prates

Não era esperado que ele continuasse no cargo, porém o governo não tinha nomes que pudessem substituí-lo.

A sobrevida no cargo também teria a digital da ala petista ligada ao ministro Haddad, que é próximo de Prates.

Prates comandava a Petrobras desde que foi indicado por Lula para comandar a estatal ainda em dezembro de 2022, antes da posse presidencial (comum em período de transição). Ele renunciou à sua cadeira de senador pelo Rio Grande de Norte – uma semana antes do término do mandato – para assumir o cargo (era suplente da senadora Fátima Bezerra, atual governadora do estado).

De acordo com o próprio Paul Prates, a Petrobras será comandada agora por Magda Chambriard, uma ex-funcionária de carreira da estatal com 30 anos de experiência na área do petróleo e que ocupou o cargo de diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) entre os anos de 2012 e 2016 (gestão Dilma Rousseff).

Magda Chambriard | Imagem por Fernando Frazão/ABr

Segundo o perfil de Chambriard na rede social profissional LinkedIn, atualmente ele é sócia na Chambriard Engenharia e Energia (desde 2018) e ocupa o cargo de diretora da Assessoria Fiscal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (desde 2021).

De acordo com o seu perfil, Magda é “mestre em Engenharia Química pela COPPE/UFRJ e Engenheira Civil pela UFRJ, se especializou em engenharia de reservatórios e avaliação de formações e posteriormente em produção de petróleo e gás, na hoje denominada Universidade Petrobras. Fez diversos cursos, além dos relativos a produção de óleo e gás, dentre os quais Desenvolvimento de Gestão em Engenharia de Produção, Negociação de Contratos de Exploração e Produção, Qualificação em Negociação na Indústria do Petróleo, Gerenciamento de Riscos, Contabilidade, Gestão, Liderança, desenvolvimento para Conselho de Administração”.

Foi o segundo nome: Antes de convidar Magda, Lula chegou a convidar o petista Aloizio Mercadante, atual presidente do BNDES, para comandar a Petrobras no lugar de Prates. A falta de apoio político e uma irritação por Mercadante ter espalhado a notícia antes da hora, fez com que sua indicação fosse derrubada internamente.


(Matéria em atualização)

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