Presidente Lula gera nova polêmica ao comentar sobre a Venezuela e dizer que “o conceito de democracia é relativo”; “Quem quiser derrotar o Maduro, derrote nas próximas eleições e assuma o poder”

Captura de tela da entrevista que foi realizada nesta manhã à Rádio Gaúcha | Imagem por YouTube/@lula/Rádio Gaúcha

BRASÍLIA, 29 de junho — O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva gerou na manhã de hoje mais uma polêmica ao comentar sobre a Venezuela em uma rádio gaúcha e dizer que “o conceito de democracia é relativo”; Lula respondia uma pergunta de um jornalista que já foi preso, interrogado e ameaçado pelo regime venezuelano enquanto fazia uma cobertura jornalística.

Durante a entrevista, que pode ser assistida em seu inteiro teor no link abaixo, o presidente sugere, sem saber sobre o passado do jornalista, que a rádio envie repórteres para fiscalizar se a eleição venezuelana de 2024 será segura. O presidente também utiliza como parte do argumento, uma comparação entre o sistema político da Venezuela, que é controlado de forma integral pelo regime local, com a situação atual do Brasil e uma ‘não aceitação’ de resultados eleitorais por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Relevante sobre a próxima eleição venezuelana: os membros do Comitê que organizam as prévias das eleições venezuelanas e fiscalizam o pleito local estão em processo de substituição (estavam no cargo desde 2019 e tinham 2 vagas da oposição para fingir que existe democracia – movimento que foi aplaudido pela comunidade internacional) e serão escolhidos por 11 deputados de maioria governista. Entre os deputados está a própria primeira-dama venezuelana (a esposa de Maduro escolherá os fiscais das eleições locais).

O trecho sobre a Venezuela começa aos 24 minutos e 46 segundos | Imagem por Rádio Gaúcha/YouTube.com/@lula

“A Venezuela, ela tem mais eleições que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim. Eu gosto da democracia porque ela me fez chegar à Presidência da República pela terceira vez, e é por isso que eu gosto da democracia e a exerço em sua plenitude […] O que não está correto é a interferência de um país dentro de outro país. O que fez o mundo tentando eleger o Guaidó o presidente da Venezuela, um cidadão que não tinha sido eleito. Se a moda pega, não tem mais garantia da democracia e não tem mais garantia no mandato das pessoas […] Quem quiser derrotar o Maduro, derrote nas próximas eleições agora, vai ter eleições, derrote a assuma o poder. Vamos lá fiscalizar, se não tiver uma eleição honesta, a gente fala.” -fala do presidente Lula à Rádio Gaúcha [link]

A última fala polêmica que envolveu o presidente Lula sobre a Venezuela foi realizada no dia 29/05, quando o mandatário brasileiro disse que o autoritarismo e a “antidemocracia” venezuelana seriam uma “narrativa”. A fala gerou uma série de críticas e foi rebatida até pelo presidente uruguaio em uma reunião de líderes da América do Sul que foi realizada no Brasil.

Outro ponto da entrevista que gerou discussão na internet foi uma fala do presidente sobre 1964, que segundo Lula, teria sido uma “revolução”; “Vai ser a primeira reforma tributária montada num regime democrático. A última reforma tributária nossa foi depois da Revolução de 64-presidente Lula em entrevista à Rádio Gaúcha

Sobre o jornalista: O jornalista Rodrigo Lopes foi enviado para Caracas, em 25 janeiro de 2019, na intenção de acompanhar os protestos que tomaram conta do país e que resultou em um levante contrário ao regime local.

O jornalista brasileiro foi abordado por um policial à paisana (que poderia ser um membro da milícia privada do ditador venezuelano, os “Colectivos”, ou membro da Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano “Sebin”) no momento em que ele tirava fotos de partidários de Maduro.

Ao também encontrar fotos de uma manifestação pró-Juan Guaidó em seus materiais de trabalho, o agente do regime acusou o jornalista de “ativismo” e ligação com os opositores de Maduro.

Lopes foi preso por duas horas na sede militar que fica em frente ao Palácio Miraflores (Centro Estratégico de Seguridad y Protección de la Patria), em Caracas, capital da Venezuela, passando por interrogatórios e ameaças durante o período, além de ter tido seus documentos apreendidos.

Na época, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP/Sociedad Interamericana de Prensa) chegou a divulgar uma nota de repúdio pela prisão do jornalista.

Os militares venezuelanos que interrogaram o jornalista, perguntaram se ele era militante, disseram que iriam prendê-lo “para saber o que é bom”, com a justificativa de que a imprensa brasileira chamava “nosso presidente de ditador”, ficavam perguntando se ele “queria brigar”, debocharam da palavra “Mercosul” no passaporte de Lopes (o país está suspenso do bloco devido à cláusula democrática/o governo atual já disse, em entrevista de oficiais à mídia estatal russa, que está trabalhando para anular essa suspensão) e disseram que iriam revisar as publicações online para pensar na possibilidade de liberá-lo.


(Em atualização)

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