Presidentes do Brasil e da Argentina assinam acordos bilaterais e anunciam plano para o Brasil financiar exportações para a Argentina

Presidentes da Argentina e do Brasil, Alberto Fernández e Lula | Imagem por Casa Rosada/Presidência da Argentina

BUENOS AIRES, 23 de janeiro — Os presidentes da Argentina do Brasil, respectivamente Alberto Fernández e Lula, assinaram há pouco acordos bilaterais que segundo falas públicas de oficiais brasileiros, dizem respeito aos temas “comércio e investimentos, integração energética, soberania energética, integração financeira, meio ambiente, infraestrutura, Defesa e desarmamento”; um grupo de trabalho será criado para que se estude a possibilidade do Brasil de financiar exportações para a Argentina, ideia que surgiu após a reação negativa quanto ao plano de criação de uma moeda única entre os dois países. O novo plano agora está sendo discutido com o nome de “moeda comum”.

Assim como não havia o clima político para aprovar a questão da moeda única quando essa ideia foi cogitada pelo último ministro da Economia Paulo Guedes, hoje não há clima político e financeiro para que este tema ‘ganhe corpo’ em Brasília (não existem condições políticas e materiais para isso sair do papel)*

O discussão do tema também é vista como um movimento político para ajudar o governo local nas eleições que se aproximam (22/10/2023).

Durante o discurso dos presidentes, não foram citados detalhes dos acordos.

O ‘mecanismo de financiamento’ será chamado de “unidade de conta sul-americana” e terá o objetivo de fazer com que as trocas bilaterais possam ser feitas sem a utilização do dólar americano, já que as reservas internacionais da Argentina praticamente não mais existem (~ US$ 7 bilhões).

De acordo com o plano, bancos públicos e privados financiarão empresas da Argentina que queiram comprar produtos do Brasil, e tudo isso será feito com o aval do Tesouro brasileiro.

A garantia que o Brasil terá serão os recebíveis dos próprios contratos de exportação.

Este mesmo mecanismo já foi utilizado na polêmica relação entre Brasil e Cuba, que na época (2010) da construção do Porto de Mariel, pela conhecida Odebrecht, forneceu ao Brasil charutos como garantia.

De acordo com agenda oficial, ainda hoje o presidente deverá receber as visitas da vice-presidente argentina Cristina Kirchner e ir a uma apresentação musical com artistas brasileiros e argentinos no Centro Cultural Kirchner, na capital Buenos Aires.

Transmissão oficial do encontro entre os presidentes | Imagem por Casa Rosada

Na agenda também estava um encontro com o ditador venezuelano Nicolás Maduro, encontro que há pouco foi cancelado (“por motivos de segurança”, de acordo com a Venezuela).

O ditador Maduro deveria ir ao país para a reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que está marcada para acontecer amanhã (24).

Na última conversa entre os dois, após a posse, de acordo com Maduro, ele teria pedido ao presidente Lula que o Brasil formasse um “bloco político” aliado à Rússia e à China.

Transmissão oficial do discurso dos presidentes | Imagem por Casa Rosada

Segundo o governo, a comitiva que acompanhou o presidente nesta viagem é formada por seis ministros: Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Nísia Trindade (Saúde), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social).

Os ministros assinaram os acordos antes dos discursos dos presidentes*


(em atualização)

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