HELSINKI, 12 de maio — O governo finlandês anunciou nesta manhã apoio político para a entrada do país na OTAN; mais cedo, oficiais finlandeses e da OTAN disseram que o pedido formal de adesão sairia ainda hoje (provavelmente não será o caso).
Governo espera oficialização “nos próximos dias”.
A primeira ministra finlandesa e o presidente da Finlândia -que basicamente cuida das relações exteriores do país-, respectivamente Sanna Marin e Sauli Niinistö, divulgaram essa notícia em um “comunicado oficial em conjunto” de apoio à entrada do país na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Também são esperados ainda hoje comunicados oficiais de apoio por parte dos partidos políticos locais/coalizões.
Este anúncio foi muito esperado e dá início ao tratado militar assinado ontem com o Reino Unido de proteção ativa da Finlândia enquanto durar o processo formal de adesão à OTAN.
A transferência de equipamentos e tropas do Reino Unido somente ocorrerá depois do documento oficial de solicitação de adesão* (“nos próximos dias”).
A Finlândia foi um dos primeiros países a pedir que seus cidadãos deixassem a Ucrânia antes da invasão acontecer (pedido aconteceu no dia 11/02, 13 dias antes da guerra começar), e também já fez 3 entregas de armamentos e equipamentos à Ucrânia (armas antitanque, fuzis, munições, capacetes e rações de campo).
“Declaração conjunta do Presidente da República e do Primeiro-Ministro da Finlândia sobre a adesão da Finlândia à OTAN
Durante esta primavera, ocorreu uma importante discussão sobre a possível adesão da Finlândia à OTAN. Foi necessário tempo para deixar o Parlamento e toda a sociedade estabelecerem as suas posições sobre o assunto. Foi necessário tempo para contatos internacionais estreitos com a OTAN e os seus países membros, bem como com a Suécia. Queríamos dar à discussão o espaço necessário.
Agora que se aproxima o momento da tomada de decisão, afirmamos a nossa igualdade de opinião, também para informação aos grupos parlamentares e partidos. A adesão à OTAN fortalecerá a segurança da Finlândia. Como membro da OTAN, a Finlândia fortalecerá toda a aliança de defesa. A Finlândia deve solicitar a adesão à OTAN sem demora. Esperamos que as medidas nacionais ainda necessárias para tomar essa decisão sejam tomadas rapidamente nos próximos dias.” -comunicado oficial em conjunto do governo finlandês
A opinião pública na Finlândia mudou significativamente a favor da adesão à OTAN desde o começo da guerra na Ucrânia; 6 meses atrás o apoio da população era de cerca de 20%. Hoje, é esperado algo em torno de 80%, especialmente no caso do país entrar para o grupo junto com a Suécia (os dois países são parceiros estratégicos).
A decisão dos dois países nórdicos de abandonar a neutralidade que mantiveram durante a Guerra Fria é de longe uma das maiores mudanças na segurança europeia em décadas.
Finlândia e a Suécia são os dois maiores países da União Europeia que ainda não aderiram à OTAN.
Prazo sueco: Na Suécia, a burocracia parece ser maior, então não se sabe quando o anúncio formal de adesão será realizado (também aguardado nos próximos dias) mas dificilmente o processo não será encerrado (adesão completa) até o fim do ano.
O prazo estabelecido pela coalizão do governo sueco ainda no mês de abril, era de que o país já estaria em processo de adesão no mês de junho (realisticamente ainda estão dentro do prazo).
A última guerra/conflito entre Finlândia e União Soviética terminou com ~25.000 finlandeses mortos (+ ~40.000 feridos) e ~127.000 soldados soviéticos mortos (+ ~265.000 feridos), além da perda de território pelo lado finlandês.
Pouco depois do comunicado oficial do governo finlandês, o Kremlin (governo russo) disse através de seu porta-voz Dmitry Peskov que a entrada do país na OTAN é “definitivamente” uma ameaça à Russia.
(em atualização)