Primeiro-ministro socialista português, no cargo desde 2015, renuncia após virar alvo de investigação e operação contra corrupção

Primeiro-ministro António Costa durante a última visita do presidente brasileiro à Lisboa | Imagem por Ricardo Stuckert/PR

LISBOA, 7 de novembro — O agora ex-primeiro-ministro português António Costa (Partido Socialista), o chefe de governo de Portugal mais longevo desde a Revolução dos Cravos, em 1974 (está no cargo desde 2015), anunciou sua renúncia há pouco após ser alvo de uma operação contra a corrupção pelo qual ele e outros ministros são investigados por irregularidades em contratos de exploração de lítio (Portugal é o maior produtor europeu de lítio) e hidrogênio verde (escândalo político nacional sobre corrupção na chamada “transição energética”); a renúncia foi apresentada em um comunicado na TV portuguesa e entregue formalmente ao presidente português Marcelo Rebelo de Sousa.

“A dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeita sobre a sua integridade, a sua boa conduta e muito menos com a suspeita da prática de qualquer ato criminoso. Por isso, nessa circunstância, obviamente, apresentei a minha denúncia à Sua Excelência, o senhor presidente da República” -António Costa

Imagem por RTP

As investigações apontam que os escândalos envolvendo as concessões de exploração de lítio no norte de Portugal, assim como os escândalos relacionados ao projeto para a criação de uma central de hidrogênio no porto de Sines, envolviam o nome do primeiro-ministro, que era usado como uma chave para “desbloquear procedimentos”.

A operação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que foi realizada nesta manhã contra o núcleo do governo envolveu mais de 140 agentes, que realizaram buscas em vários endereços incluindo a própria residência oficial do primeiro-ministro em Lisboa, o prédio oficial do Ministério do Meio Ambiente, endereços ligados ao titular e ao ex-titular do ministério do Meio Ambiente, a Secretaria de Estado da Energia e Clima, e a casa do ministro das Infraestruturas, João Galamba.

Foram presos na operação: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o consultor Diogo Lacerda Machado (amigo pessoal do primeiro-ministro), o presidente socialista da Câmara (prefeito) Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas (cidade que abriga um dos principais portos dos pais), e dois empresários, o CEO e o diretor jurídico e de Sustentabilidade da empresa Start Campus (responsável pela central de hidrogênio), Afonso Salema e Rui Oliveira Neves.

Segundo o Ministério Público local, os presos (por perigo de fuga e de continuação de atividade criminosa) são suspeitos dos crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de políticos, e tráfico de influência.


(Em atualização)

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