R$ 5,65: Após Lula criticar a independência do Banco Central, Dólar dispara e alcança a maior cotação do atual governo

Presidente Lula | Imagem por Ricardo Stuckert/Presidência da República

BRASÍLIA, 1 de julho — A cotação do dólar comercial subiu 1,16% hoje, atingindo R$ 5,6538, seu maior valor desde o início do governo, após o presidente Lula renovar críticas ao Banco Central e expressar, em entrevista à Rádio Princesa de Feira de Santana (BA), sua discordância com a independência da instituição.

“Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado” -Lula

Em suas declarações, Lula também sugeriu que seu indicado para substituir Roberto Campos Neto no Banco Central, a quem ele se referiu como “cidadão”, deverá adotar uma política de juros “que olhe um pouco o país do jeito que ele é”, em vez de seguir estritamente o viés técnico com baixa tolerância à inflação elevada.

“Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do Bolsonaro, não é correto isso […] Eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue… ter um presidente do Banco Central que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala […] O que você não pode é ter um Banco Central que não está combinando adequadamente com aquilo que é o desejo da nação. Não precisamos ter política de juro alto neste momento, a taxa Selic a 10,50% está exagerada” -Lula

Íntegra da entrevista
Gráfico do mês Real/Dólar | Google

Apenas em 2024, a cotação da moeda já subiu 16,53% (o real fechou o último ano valendo R$ 4,94).

A preocupação com a questão fiscal do Brasil também afetou a cotação do real em relação ao euro (€), que subiu 1,43% e encerrou o dia a R$ 6,07, seu maior valor desde janeiro de 2022.

Em 2024, a moeda europeia já avançou 13,1%.

O mandato de Campos Neto termina em dezembro deste ano, e espera-se que Gabriel Galípolo assuma seu lugar por indicação formal de Lula.

Apesar da posição de Lula sobre os juros, Gabriel Galípolo foi um dos que votaram, junto com Campos Neto, pela manutenção da taxa básica de juros conhecida como Selic, em 10,50%, na última reunião do COPOM. A manutenção da taxa de juros foi aprovada por unanimidade, com os votos dos quatro indicados pelo atual presidente.

As próximas reuniões do colegiado estão agendadas para os dias 30 e 31 de julho, 17 e 18 de setembro, 5 e 6 de novembro, e 10 e 11 de dezembro.


(Matéria em atualização)

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