Supremo gasta R$ 39 mil de dinheiro público para custear o segurança de Toffoli em sua viagem para acompanhar à final da Champions League

Ministro Dias Toffoli | Imagem por Rosinei Coutinho/SCO/STF

BRASÍLIA, 6 de junho — De acordo com um levantamento da Folha, o Supremo Tribunal Federal gastou cerca de R$ 39 mil em diárias internacionais para um segurança do ministro Dias Toffoli durante uma viagem à Inglaterra que aconteceu entre os dias 25/05 e 03/06 e que incluiu uma ida do ministro à final da Champions League (campeonato europeu de futebol organizado pela UEFA) na qual o Real Madrid venceu o Borussia Dortmund por 2 a 0 com direito a um gol do brasileiro Vinicius Jr.

Ao jornal, o Supremo Tribunal Federal não confirmou a viagem do ministro e nem forneceu detalhes sobre as suas atividades no exterior, porém afirmou que mesmo em viagens o ministro continua “trabalhando em seus votos”, decisões e participando das sessões colegiadas, sem reduzir o “ritmo de trabalho e estudos”.

Alberto Leite e Dias Toffoli (foto apagada)

Toffoli foi ao estádio para assistir à final em um camarote com vista privilegiada comprado pelo empresário Alberto Leite, dono da FS Security, que foi um dos patrocinadores do 1º Fórum Jurídico Brasil de Ideias que aconteceu em Londres entre os dias 24 a 26 de abril, e que contou com uma palestra do próprio ministro, além de palestras de figuras como Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Paulo Gonet.

O evento, que teve o patrocínio de várias empresas com ações correndo no Supremo, entre elas a BAT Brasil (British American Tobacco) e o Banco Master, não permitiu a presença da imprensa.

Essa última viagem a Londres, que foi seguida de uma passagem por Madri, custou ao Supremo R$ 99,6 mil em recursos públicos (dinheiro de imposto) para que um segurança acompanhasse Toffoli em eventos nas duas cidades.

Ainda em Madri, em uma entrevista à Folha de São Paulo concedida no dia 06 de maio, ao ser perguntado sobre as viagens e quem estaria bancando as palestras, passagens e hospedagens, Toffoli afirmou que considerava “absolutamente inadequadas, incorretas e injustas” as matérias jornalísticas que questionam as viagens dos ministros da Suprema Corte para participar de eventos privados, os quais, em muitos casos, possuem patrocinadores com processos a serem julgados pela própria Corte.

O evento em Madri foi organizado pela Escola Superior de Advocacia Nacional (ESA), um “braço educacional” da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e fez parte de um curso sobre “democracia digital”. A inscrição custou pouco mais de R$ 5.600 aos participantes, que também assistiram palestras com os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes.


De acordo com as informações públicas de presença de ministros em sessões plenárias, Toffoli liderou a lista dos membros do Supremo que participaram das sessões por videoconferência em 2024 (meio frequentemente utilizado pelos ministros durante as viagens). Na lista de participações por videoconferência o ministro é seguido de perto por Nunes Marques e Fux.

Das 28 sessões plenárias realizadas neste ano, apenas 6 contaram com a participação de todos os ministros.

Durante a viagem em Toffoli compareceu à final da Champions League, o ministro participou por vídeo na sessão do último dia 29/05.

Apenas em 2024, o STF já gastou cerca de R$ 170 mil em diárias para viagens ao exterior e dentro do Brasil para o segurança de Toffoli.


(Matéria em atualização)

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