Terceira colocada nas eleições argentinas, com 23,83% dos votos, Patrícia Bullrich, do grupo de Macri, anuncia apoio ao libertário Milei

Patricia Bullrich | Imagem por G20 Argentina (CC)

BUENOS AIRES, 25 de outubro — A ex-ministra da Segurança do governo Macri e terceira colocada no primeiro turno das eleições argentinas, Patricia Bullrich, que obteve 23,83% dos votos válidos de acordo com os dados oficiais locais, declarou há pouco que apoiará o candidato libertário Javier Milei na disputa contra o candidato governista e ministro da Economia Sergio Massa na segunda rodada do pleito que será realizada no próximo dia 19 de novembro; os dois candidatos trocaram duras críticas e ofensas durante a campanha, porém a candidata Bullrich disse que possui a obrigação de não ser neutra em um cenário como o atual.

O anúncio foi feito após uma reunião entre o ex-presidente Mauricio Macri, a candidata Bullrich e o candidato Milei na própria casa do ex-presidente, e teve como objetivo público a formação de uma frente de oposição ao peronismo.

Com o movimento, Milei, que terminou o primeiro turno (de acordo com os dados oficiais) com 29,98% dos votos, espera ultrapassar o candidato governista Massa que chegou na frente com 36,68% dos votos.

“Com Javier Milei, temos diferenças. Por isso competimos, não as ocultamos. No entanto, nos encontramos diante do dilema da mudança ou continuidade mafiosa para a Argentina e terminar com a vergonha do presente. A maioria dos argentinos elegeu uma mudança. Nós representamos parte dessa mudança. Temos a obrigação de não sermos neutros.” -Patricia Bullrich

O grupo do governista Sergio Massa conta com os votos do quarto e da quinta colocada, respectivamente Juan Schiaretti (membro do Partido Justicialista, de centro-esquerda) e Myriam Bergman (dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores Socialistas), que terminaram o primeiro turno com 6,78% e 2,70%.

Ambos, Milei e Massa também estão pedindo os votos de quem não saiu para votar no pleito que registrou oficialmente a maior abstenção dos últimos 40 anos.


Na votação das primárias, no meio do mês de agostoMilei liderou a disputa com 30%, contra 21,4% de Sérgio Massa e 17% de Patrícia Bullrich (ex-ministra da Segurança do governo Macri), mesmo tendo aparecido em terceiro colocado nas pesquisas.

A Argentina, que vive uma das mais duras crises econômicas de sua história, com uma inflação que poderásuperar os 150% neste ano (dados estimados sem contar com a alta deste mês), além de estar passando por uma seca histórica, está contando com uma linha de crédito “abrangente” brasileira e com acordos com a China para tentar estabilizar sua situação.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina, a inflação anual da Argentina atingiu em setembro 138,3% no acumulado de 12 meses; o avanço foi impulsionado principalmente pelos aumentos nos setores de vestuário (15,7%), Recreação e Cultura (15,1%), alimentação e bebidas não alcoólicas (14,3%), restaurantes e hotelaria (13,2%), eletrodomésticos(12,7%), bens e serviços (11,7%), bebidas alcoólicas e tabaco (11,5%), transporte (10,8%), telefonia (9,6%), saúde (8,7%), serviços essenciais (8,5%) e educação (8,1%).

A inflação mensal argentina alcançou 12,4% neste mês de setembro com relação ao mês de agosto. Essa foi a segunda vez (consecutiva) que o indicador atingiu dois dígitos em 21 anos e é a maior marca já registrada em 32 anos.

No último dia 28 de agosto, em uma coletiva ao lado do ministro da Fazenda Fernando Haddad, durante visita ao Brasil (visita que foi vista como exclusivamente política), o ministro e candidato Sergio Massa anunciou um acordo com o Brasil de até R$ 3 bilhões em financiamentos de exportações.

Segundo o ministro Haddad, para afastar o medo de calote dos exportadores brasileiros, estes venderão para a Argentina, serão pagos pelo Banco do Brasil, que receberá garantia da CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe) de um pagamento argentino em Yuan (moeda chinesa).

A conversão da moeda chinesa para reais aconteceria em Londres pelo próprio Banco do Brasil.

De acordo com o que foi dito na coletiva com o ministro argentino, o valor será destinado principalmente ao setores automobilístico e alimentício.

A Argentina também está entre os seis países que foram convidados na última cúpula dos BRICS para integrar o grupo a partir de 2024 (o candidato Javier Milei é radicalmente contra os BRICS*).


(Em atualização)

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