Trump critica lei antiaborto assinada pelo seu opositor e governador da Florida, Ron DeSantis; nova regra proíbe o procedimento a partir da 6ª semana de gestação

Governador do estado da Florida Ron DeSantis e ex-presidente americano Donald Trump | Imagem por Shealah Craighead/White House (registro oficial)

MIAMI, 15 de maio — O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump apareceu nesta tarde nos noticiários locais com frases críticas à lei assinada pelo governador da Florida, seu principal adversário ao posto de candidato à presidente pelo Partido Republicano, Ron DeSantis.

Em uma entrevista ao site The Messenger, o ex-presidente – que na prática sempre patrocinou candidatos Democratas antes de mudar de lado para se viabilizar como candidato à presidência americana – chamou a lei, que tem uma aprovação, de acordo com as pesquisas do próprio Partido Republicano, de 62% do eleitorado da direita americana, de ‘muito duras’.

Segundo ele, até pessoas do movimento pró-vida discordam da lei (o que não encontra base em nenhuma pesquisa com eleitores do Partido Republicano ou em posicionamentos públicos de líderes do movimento).

Repercussão do comentário reportado pela mídia local Fox News

“Se você olhar o que DeSantis fez, muita gente nem sabe se ele sabia o que estava fazendo. Mas ele assinou … por seis semanas, e muitas pessoas dentro do movimento pró-vida acham que isso [lei] foi muito duro.” –Ex-presidente Donald Trump

Uma pesquisa do jornal Wall Street Journal (página 17) que foi divulgada no mês passado sobre o tema mostrou uma aprovação ainda maior de eleitores do Partido Republicano com relação à proibição do aborto a partir da sexta semana de gestação. De acordo com a pesquisa do jornal, 68% dos entrevistados achavam que a medida era positiva, contra 27% que eram contra, e 6% que não quiseram ou não souberam responder.

Fora da base política da direita americana, de acordo com uma pesquisa da Fox News, o público americano no geral é extremamente dividido sobre o tema, com 52% dos entrevistados se dizendo contrários à medida e 44% se dizendo favoráveis.

É improvável que o tema desqualifique o ex-presidente Trump para concorrer às primárias do partido, mas é possível imaginar que o tema será vastamente utilizado por seus concorrentes.

Outra dividida impopular no Partido Republicano: No fim do mês passado, o ex-presidente Donald Trump também virou notícia localmente após criticar a batalha judicial do governador da Florida – e seu atual adversário político (os dois já foram aliados e a equipe de campanha do ex-presidente já estava preparando DeSantis como novo candidato) – com a Disney, que está perdendo o seu status de “autogoverno” que a empresa possuía na região da Florida, nas áreas onde a Disney mantém vários parques temáticos e hotéis.

Desde 1967, a empresa Disney possuía um controle governamental sobre a terra dentro e ao redor de seus parques temáticos da Florida. Com o chamado “distrito especial”, a Disney assumia a responsabilidade de fornecer os serviços municipais locais (energia, água, estradas e proteção contra incêndio, etc.) mas também ficava livre de lidar com a burocracia legal da Florida e até de pagar alguns impostos por serviços*

O status de “autogoverno” da Disney sempre foi discutido pelos governos locais, mas entrou em evidência no ano passado após o governador DeSantis se desentender com a empresa por ela se posicionar e criticar uma uma lei promovida pelo atual governo que proíbe escolas primárias da Flórida de abordar questões relacionadas à orientação sexual e identidade de gênero sem o consentimento dos pais.

Como represália pelas críticas, o governador assinou uma lei para eliminar o ‘distrito especial’ da Disney, que inclui a região do seu parque temático de Orlando (mudança que acontecerá oficialmente antes de junho de 2023).

De acordo com Trump, a medida causará um “desastre econômico” e fará a Disney deixar de investir dinheiro no estado.

A briga com a empresa Disney recebeu um apoio majoritário do de políticos e eleitores do Partido Republicano*


Até o momento, apenas o ex-presidente Donald Trump, a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, o ex-governador do Arkansas Asa Hutchinson, o apresentador Larry Elder, o empresário Ryan Binkley e o ex-CEO da indústria farmacêutica Vivek Ramaswamy estão formalmente concorrendo ao posto de candidato à presidência pelo Partido Republicano.

É esperado que o governador da Florida Ron DeSantis lance sua candidatura em breve.

Também é esperado um anúncio por parte da governadora de Dakota do Sul Kristi Noem, do senador Tim Scott, e até do ex-vice-presidente americano Mike Pence.

A próxima eleição presidencial americana acontecerá no dia 5 de novembro de 2024.


(Em atualização)

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