RIO DE JANEIRO, 15 de setembro — Respondendo a um pedido da defesa do ex-governador do RJ Sérgio Cabral, o MPF emitiu um parecer favorável pela remoção da tornozeleira eletrônica do político que já foi denunciado em 35 processos, condenado em 24 ações, e que teria que cumprir penas que somadas já estavam em 436 anos e 9 meses de prisão.
A defesa do ex-governador, falando em bom comportamento e “excesso” no tempo das restrições, também pediu que não ele não precise mais se apresentar a Justiça mensalmente, e que ele possa deixar o país (estes outros dois pedidos não foram defendidos pelo MPF).
Quanto à tornozeleira eletrônica, o MPF disse que a medida “excede, e muito” a finalidade da ação penal.
Sérgio Cabral foi o último denunciado na Operação Lava Jato que ainda estava em regime fechado até dezembro do ano passado. Ele teve sua posterior prisão domiciliar derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) por 4 votos a 2 no último dia 09 de fevereiro.
No início do mês passado, Cabral recebeu um decisão favorável do ministro Dias Toffoli que anulou as provas colhidas pelo acordo de leniência com a Odebrecht contra o ex-governador (o mesmo entendimento também beneficiou o ex-governador Anthony Garotinho, o atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o próprio presidente Lula).
Samba de Cabral: Em julho deste ano, a Escola de Samba União Cruzmaltina, ligada a torcedores do time Vasco da Gama, time de Cabral, havia anunciado que o ex-governador seria o homenageado no samba-enredo da agremiação no próximo carnaval do Rio; “um dos maiores políticos da história do nosso país”.
Na semana passada, a Escola de Samba anunciou que, após a polêmica, decidiu por trocar o enredo da escola e não mais falar da “trajetória de vida do sempre governador Sérgio Cabral”. A justificativa oficial seria de que a mudança ocorreu devido à situação que o clube esportivo enfrenta na Justiça com a proibição do público nas partidas no Estádio de São Januário.
Relevante: Até o presente momento, todos os ex-governadores eleitos do Rio de Janeiro (sem contar os vice-governadores que eventualmente acabaram assumindo o cargo) que estão vivos, já foram presos.
(Em atualização)