SÃO PAULO, 22 de março — A Polícia Federal cumpriu na manhã de hoje 11 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão em quatro estados do país contra a organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, entre eles o hoje senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), esposa (deputada federal) e filhos; a operação foi chamada de Operação Sequaz e envolveu cerca de 120 agentes.
Segundo a PF, o grupo pretendia cometer crimes como homicídios e extorsão mediante sequestro em São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Distrito Federal; os crimes seriam cometidos “simultaneamente”.
Segundo o ministro da Justiça Flávio Dino, que teria sido alertado sobre o plano pelo presidente do Senado Rodrigo Pacheco (recebeu um relatório de inteligência do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado/Gaeco, via Polícia Legislativa, em janeiro), 9 pessoas foram presas (todas em São Paulo); os outros dois mandados de prisão foram expedidos para o Paraná.
De acordo com as apurações das Forças policiais, foi observado que um olheiro da facção criminosa paulista estaria fazendo campana na frente da casa do senador, em Curitiba.
A Inteligência da Polícia Militar do Paraná fazia escolta do senador e de sua família há mais de um mês.
Como ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro, em fevereiro de 2019, Moro transferiu vários chefes do PCC, entre eles Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para o sistema penitenciário federal (mais rígido)*
Um outro alvo da facção seria o promotor de Lincoln Gakyia, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente (SP); partiu dele o pedido de transferência do líder da facção, Marcola, para um presídio federal (pedido feito oficialmente no fim de 2018).
Segundo o que se sabe até o momento sobre as investigações, o sequestro e a morte de Moro, familia, e de outros servidores públicos, teriam como objetivo a obtenção de dinheiro e negociação para o resgate de Marcola, que no início deste ano foi novamente transferido para Brasília, após uma investigação que começou no ano passado, e que revelou um plano de resgate do líder da facção no Presídio Federal de Porto Velho (RO).
A Comissão de Segurança da Câmara apresentará um requerimento à PF para obter detalhes sobre a operação de hoje*
(em atualização)