Após viagem polêmica, governo demite assessora da ministra Anielle que ofendeu “torcida branca” do São Paulo durante final de campeonato com o Flamengo

Legenda do post da assessora da ministra Anielle Franco, Marcelle Decothé | Imagem por REPRODUÇÃO/Instagram

BRASÍLIA, 26 de setembro — Após polêmica viagem da ministra da Igualdade Racial Anielle Franco, que sob o argumento de assinar um “protocolo de intenções” antirracista viajou até o Estádio do Morumbi utilizando um jatinho VIP Legacy 600 (ERJ-135/VC-99B, matrícula FAB2582) da Força Aérea Brasileira (FAB) para assistir à final do campeonato de futebol que envolvia o seu time Flamengo, o governo precisou anunciar a demissão da assessora mais próxima da ministra, que criou uma polêmica maior ainda ofendendo a “torcida branca” do São Paulo em postagens nas redes sociais.

A assessora, Marcelle Decothé da Silva (“chefe da assessoria especial” no portal da Transparência com uma remuneração de R$ 15.847,34), que estava no cargo desde 7 de fevereiro de 2023, postou durante o jogo da final uma foto segurando a camisa de seu time Flamengo e uma legenda chamando a diretoria do São Paulo de “fascista”, e uma foto da torcida são-paulina com a legenda “torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade. Pior tudo de pauliste”.

REPRODUÇÃO/Instagram

Ao entrar no estádio, a assessora também postou uma foto de dentro de um veículo com a legenda: “Entrando no estádio no carro da PF. Morte horrível”.

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Informamos que Marcelle Decothé da Silva foi exonerada do cargo de Chefe da Assessoria Especial deste Ministério na data de hoje. As manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do MIR (Ministério da Igualdade Racial). Recém-instalado pelo Ministério, o Comitê de Integridade, Transparência, Ética e Responsabilização – instância interna
de debate e deliberação sobre situações que envolvam temas de transparência, integridade pública, ética e questões
disciplinares de caráter abrangente – vai investigar o caso e atuar para prevenir ocorrências que contrariem os princípios
norteadores da missão do Ministério” -trecho da nota publicada pelo ministério

Antes da demissão, a ministra Anielle Franco se reuniu na manhã de hoje, fora da agenda oficial e sem registros públicos, com a primeira-dama Janja Silva. Após a reunião, a ministra teria ido ao encontro de vários outros ministros do governo para ouvir o que teria que fazer sobre as polêmicas.

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Voo da FAB: Hoje cedo, a ministra Anielle Franco divulgou uma nota dizendo ser “inacreditável” receber críticas sobre a questão dela ter utilizado um jatinho VIP da FAB para ir ao estádio. Segundo a ministra, para ir à final do campeonato, ela precisou “abrir mão de estar com a minha família e minhas duas filhas em um domingo para ir trabalhar”.

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Se encontraram com a ministra no estádio os ministros do André Fufuca (aliado de Arthur Lira que agora comanda a pasta do Esporte) e Silvio Almeida (Direitos Humanos).

Silvio Almeida viajou ao local em um voo comercial comum.

Andre Fufuca também utilizou um avião da FAB, porém de fato (verificado) não tinha opções de voos comerciais disponíveis para conseguir chegar no local à tempo (não foi programado).


Outra polêmica sobre voos com jatinhos da FAB: No início deste ano, o ministro das Comunicações Juscelino Filho (Centrão) usou um avião da FAB e recebeu quatro diárias e meia no mesmo fim de semana em que participou de leilões de cavalos de raça.

A viagem foi solicitada com status de urgência para o cumprimento de compromissos oficiais.

De acordo com a agenda do ministro, os eventos que contavam com a presença dele totalizavam apenas duas horas e meia.

Os advogados do Juscelino Filho chegaram a dizer que ele ‘pegou uma carona’ no voo de volta com o ministro do Trabalho Luiz Marinho e que isso não teria custado dinheiro público extra, porém os documentos do ministério da Defesa mostraram que isso não era a realidade e que um voo foi solicitado pelo próprio ministro.

Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação também mostraram que Juscelino não constava na relação de passageiros do voo de Luiz Marinho.

Os voos pela FAB de ida e volta do ministro custaram aos cofres públicos R$ 130.392,87.

O ministro Juscelino Filho é um dos investigados em uma investigação da PF sobre supostos desvios de verbas federais da estatal Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) que é comandada pelo Centrão e operacionaliza verbas do “orçamento secreto”.


(Em atualização)

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