BUENOS AIRES, 12 de julho — De acordo com a mídia argentina, que cita oficiais do governo, a Argentina oficializou a inclusão do grupo terrorista Hamas no Registro Público de Pessoas e Entidades ligadas a Atos de Terrorismo e seu Financiamento (RePET).
A inclusão do Hamas na lista de organizações terroristas pela Argentina ocorre poucos dias antes do 30º aniversário do atentado à AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina), que foi um dos maiores ataques terroristas da história da Argentina e teve como alvo a comunidade judaica do país.
O ataque com bomba ocorrido em 18 de julho de 1994, atribuído ao Hezbollah libanês, devastou o prédio da AMIA em Buenos Aires, resultando na trágica morte de 85 pessoas e deixando mais de 300 feridos.
Com o movimento do governo argentino, o país se torna o segundo país da América do Sul, ao lado do Paraguai, a reconhecer o Hamas oficialmente como organização terrorista.
Também consideram o Hamas uma organização terrorista os Estados Unidos, Canadá, União Europeia, Reino Unido, Suíça, Israel, Egito, Austrália, Nova Zelândia, Japão e a Organização dos Estados Americanos (OEA).
Mesmo após 279 dias do ataque terrorista do 7 de outubro em Israel, o Hamas ainda mantém 9 reféns israelenses-argentinos. São eles: Kfir Bibas (tem apenas um ano de idade), Ariel Bibas, Shiri Bibas, Yarden Bibas, David Cuneo, Ariel Cuneo, Iair Horn e Eitan Horn.
Um outro refém, identificado como Lior Rudaeff (61), foi identificado como morto pelo grupo terrorista Hamas no último dia 05 de maio.
Rudaeff era um motorista de ambulância e socorrista voluntário (por 4 décadas) que residia com sua família no Kibbutz (comunidade) Nir Yitzhak.
Ele saiu cedo no 7 de outubro, mas retornou para defender sua comunidade após ser alertado por telefone sobre o ataque. Rudaeff chegou a enviar uma mensagem para sua esposa Yaffa, com quem era casado há 38 anos, e seus 4 filhos em um grupo familiar, dizendo que os amava e que estava ferido.
Ele foi levado já morto para Gaza pelas brigadas al-Qassam (Hamas) e seu corpo não foi devolvido.
Horas após a divulgação da morte de Rudaeff, o presidente argentino Javier Milei publicou uma nota de Estado dizendo que sua morte não ficaria impune.
Outros dois reféns israelenses-argentinos, identificados como Fernando Simon Marman (60) e Norberto Luis Har (70), foram resgatados vivos em uma operação de resgate da principal força especial israelense, a Shayetet 13 (equivalente aos Navy Seals americanos), em Rafah, sul se Gaza, na fronteira com o Egito.
Segundo um comunicado da embaixada argentina em Israel que foi divulgado três dias após o ataque de 7 de outubro, além dos reféns, sete cidadãos argentinos foram mortos durante a incursão terrestre perpetrada pelo grupo terrorista Hamas em Israel (ataque terrorista por solo que deixou mais de 1.000 mortos).
Com a inclusão do Hamas na lista de organizações terroristas, indivíduos associados ao grupo terão suas entradas no país recusadas (e serão detidos e expulsos se já estiverem em território nacional), estarão sujeitos a sanções, não poderão realizar transações pelo sistema comercial argentino e terão seus bens legalmente congelados.
ATUALIZAÇÃO:
- 22h11. O governo argentino, por meio de um comunicado oficial na página do gabinete presidencial, confirmou a inclusão do Hamas na lista de organizações terroristas.
(Matéria em atualização)