Citando dados do Hamas, governo anuncia que apoiará denúncia da África do Sul que acusa Israel de promover um “genocídio” em Gaza

Presidente Lula | Imagem por Marcelo Camargo/Agência Brasil (EBC)

BRASÍLIA, 10 de janeiro — Após um reunião do presidente Lula com o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben (se reporta à Autoridade Palestina/Fatah e está no cargo desde 2008), que foi realizada na manhã de hoje, o governo brasileiro anunciou, oficialmente, citando números divulgados pelo grupo terrorista Hamas, que apoiará uma ação da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça da ONU (Organização das Nações Unidas), que acusa o Estado israelense de promover um “genocídio” em Gaza; a denúncia, que foi apresentada em dezembro e possui 84 páginas, deverá ser analisada entre os dias 11 e 12 pela Corte Internacional de Justiça, em Haia.

O movimento brasileiro foge do posicionamento natural de equilíbrio e imparcialidade adotado pelo Itamaraty, que foi utilizado inúmeras vezes pelo governo durante os quase dois anos da invasão russa na Ucrânia e outros conflitos e guerras ao redor do planeta.

“À luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio […] Já são mais de 23 mil mortos, dos quais 70% são mulheres e crianças, e há 7 mil pessoas desaparecidas. Mais de 80% da população foi objeto de transferência forçada e os sistemas de saúde, de fornecimento de água, energia e alimentos estão colapsados, o que caracteriza punição coletiva” -trecho da nota divulgada pelo governo

A Corte da ONU (ICJ), que é composta por 15 juízes de diferentes nacionalidades, não tem poder real e chegou, em março de 2022, a decidir que a Rússia deveria cessar suas atividades militares na Ucrânia (foi ignorada).

A nota divulgada hoje pelo governo ainda fala que o Brasil “reitera a defesa da solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”.

Israel negas as acusações, já disse que a ação distorce o conceito de genocídio e até ponta fraquezas no argumento sul-africano, que em sua denúncia chega a citar uma entrevista de um cantor israelense (Eyal Golan) à TV local em que ele diz que Gaza deveria ser apagada do mapa, com o argumento de que isso representaria o governo israelense.

Mais cedo, Benny Gantz, o general aposentado que figura como o principal nome de oposição ao atual primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu (pesquisas indicam que ele teria mais chances que o próprio Netanyahu de formar um governo se eleições fossem realizadas hoje), ao comentar sobre a acusação sul-africana, disse que “acusar Israel de cometer genocídio é perigoso e é uma linha vermelha (limite)”.


(Em atualização)

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