Em meio à cerimônia de despedida de Rosa Weber do Supremo, Senado rebate Corte e aprova o Marco Temporal por 43 votos a 21

Plenário do Senado | Imagem por Jonas Pereira/Agência Senado

BRASÍLIA, 27 de setembro — O Plenário do Senado acabou de aprovar, por 43 votos a 21, o texto do Projeto de Lei 2.903/23 que cria o chamado Marco Temporal e restringe as demarcações de terras indígenas àquelas que estavam ocupadas até a promulgação da Constituição de 1988; projeto vai de encontro com a decisão do Supremo, que na semana passada votou pela derrubada dessa mesma restrição por 9 votos a 2.

Clique aqui para ler o Projeto de Lei >

Como existiam divergências entre os ministros na questão da possibilidade de indenização a proprietários “que ocuparam as terras de boa-fé”, a corte finalizou apenas hoje o julgamento sobre o tema, decidindo pela possibilidade de indenização (no valor das terras “nuas”, sem as melhorias).

A matéria votada agora no Senado havia sido aprovada na Câmara por 283 votos a 155.

Confira aqui como votou cada deputado no chamado ‘Marco Temporal’ >

A questão estava sendo ignorada pelo Senado, mesmo com pedidos de urgência, com a provável motivação de não gerar conflitos com o Supremo (e na prática deixá-lo legislar em um tema que já está sendo tratado pelo Congresso)*

Mais cedo, a o projeto havia sido aprovado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado por 16 votos a 10.

Apesar do momento da votação, durante a cerimônia de despedida de Rosa Weber, o presidente do Senado garantiu que a questão não seria um afrontamento.

“É natural que o Congresso Nacional possa decidir a esse respeito. Isso pode, inclusive, subsidiar o Supremo Tribunal Federal em relação ao entendimento quanto a esse tema. Não há nenhum tipo de adversidade ou de enfrentamento com o Supremo. É apenas uma posição do Congresso, considerando que nós reputamos que temas dessa natureza devem ser deliberados no Congresso Nacional” –Rodrigo Pacheco

Seguindo o caminho natural do projeto, é esperado que o presidente Lula apresente um veto à matéria (será cobrado pela própria base política), que provavelmente será derrubado pelo Congresso.

Também é esperado que a matéria seja judicializada após a sua aprovação, por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade, e volte ao Supremo, que dificilmente decidirá a favor da medida, já que ela foi derrubada por 9 votos a 2 na última votação.

COMO VOTOU CADA SENADOR (nome – partido – voto):

Alan Rick – União Brasil – Sim

Marcio Bittar – UNIÃO Brasil – Sim

Sérgio Petecão – PSD – Ausente

Fernando Farias – MDB – Sim

Renan Calheiros – MDB – Sim

Rodrigo Cunha – Podemos – Sim

Eduardo Braga MDB – Não

Omar Aziz – PSD – Não

Plínio Valério – PSDB – Sim

Davi Alcolumbre – União Brasil – Sim

Lucas Barreto – PSD – Sim

Randolfe Rodrigues – REDE – Não

Angelo Coronel – PSD – Ausente

Jaques Wagner – PTB – Não

Otto Alencar – PSD – Não

Augusta Brito – PT – Não

Cid Gomes – PDT – Não

Eduardo Girão – NOVO – Sim

Damares Alves – Republicanos – Sim

Izalci Lucas – PSDB – Ausente

Leila Barros – PDT – Não

Fabiano Contarato – PT – Não

Magno Malta – PL – Sim

Marcos do Val – Podemls – Sim

Jorge Kajuru – PSB – Sim

Vanderlan Cardoso -PSD – Sim

Wilder Morais – PL -Sim

Ana Paula Lobato – PSB – Não

Eliziane Gama – PSD – Não

Weverton – PDT – Sim

Carlos Viana – Podemos – Sim

Cleitinho – Republicanos – Sim

Rodrigo Pacheco – PSD – Presidente

Nelsinho Trad – PSD – Ausente

Soraya Thronicke – Podemos – Sim

Tereza Cristina – PP – Sim

Jayme Campos – União Brasil – Sim

Margareth Buzetti – PSD – Sim

Mauro Carvalho Junior – União Brasil – Sim

Beto Faro – PT – Não

Jader Barbalho – MDB – Ausente

Zequinha Marinho – Podemos – Sim

Daniella Ribeiro – PSD – Sim

Efraim Filho – União Brasil – Sim

Veneziano Vital do Rêgo – MDB – Ausente

Fernando Dueire – MDB – Sim

Humberto Costa – PT – Não

Teresa Leitão – PT – Ausente

Ciro Nogueira – PP – Sim

Jussara Lima – PSD – Não

Marcelo Castro – MDB – Não

Flávio Arns – PSB – Sim

Oriovisto Guimarães – Podemos – Sim

Sergio Moro – União Brasil – Sim

Carlos Portinho – PL – Ausente

Flávio Bolsonaro – PL – Ausente

Romário – PL – Não

Rogerio Marinho – PL – Sim

Styvenson Valentim – Podemos – Sim

Zenaide Maia – PSD – Não

Confúcio Moura – MDB – Não

Jaime Bagattoli – PL – Sim

Marcos Rogério – PL – Sim

Chico Rodrigues – PSB – Ausente

Dr. Hiran – PP – Sim

Mecias de Jesus – Republicanos – Sim

Hamilton Mourão – Republicanos – Sim

Luis Carlos Heinze – PP – Ausente

Paulo Paim – PT – Não

Esperidião Amin – PP – Sim

Ivete da Silveira – MDB – Ausente

Jorge Seif – PL – Sim

Alessandro Vieira – MDB – Não

Laércio Oliveira – PP – Sim

Rogério Carvalho – PT – Não

Astronauta Marcos Pontes – PL – Ausente

Giordano – MDB – Ausente

Mara Gabrilli – PSD – Ausente

Eduardo Gomes – PL – Sim

Irajá – PSD – Ausente

Professora Dorinha Seabra – União Brasil – Sim


(Em atualização)

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