Lula sugere briga comercial e taxação de produtos americanos caso Trump imponha taxas – algumas já esperadas – contra produtos do Brasil

Presidente Lula | Imagem por REPRODUÇÃO/coletiva de imprensa (oficial)

BRASÍLIA, 30 de janeiro — O presidente Lula afirmou há pouco, em resposta a uma pergunta de um repórter da Rádio Gaúcha durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, que o Brasil adotará a reciprocidade e passará a taxar produtos americanos caso o presidente Donald Trump decida impor tarifas sobre a importação de produtos brasileiros, como já se espera que ocorra com o aço.

“É muito simples. Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos dos Estados Unidos” -Lula

Lula afirmou que enviou uma carta a Trump após sua vitória em novembro, mas destacou que ainda não teve contato direto com o presidente americano e que nenhum dos dois possui interesse em estabelecer esse tipo de interação. No entanto, afirmou que seu objetivo é “melhorar a relação com os Estados Unidos, exportar mais, se necessário, e importar mais, se necessário”, além de “manter a nossa relação, que é de 200 anos”.

“Não há nenhum interesse agora, acho que nem meu e nem dele. Essas conversas só acontecem quando você tem interesse, alguma coisa para tratar […] Da minha parte, o que eu quero é melhorar a relação com os Estados Unidos. Exportar mais, se for necessário. Importar mais, se for necessário. E a gente manter a nossa relação, que é de 200 anos […] Eu quero respeitar os Estados Unidos e quero que o Trump respeite o Brasil. É só isso. Se isso acontecer, está de bom tamanho […] Não me preocupo se ele vai brigar pela Groelândia, se ele vai brigar pelo Golfo do México, se ele vai brigar pelo Canal do Panamá. Ele só tem que respeitar a soberania de outros países. Ele foi eleito para governar os Estados Unidos da América do Norte. E os outros presidentes foram eleitos para governar os seus países […] Ele foi eleito para governar os Estados Unidos, é uma questão de civilidade. Essa coisa de sair do acordo de paris e dar dinheiro pro exército é uma regressão para a civilização humana” -Lula

Nesta semana, Trump mencionou o Brasil, a China e a Índia ao falar de países que impõem altos impostos sobre produtos americanos e que precisam adotar a reciprocidade: “Se eles querem nos cobrar, tudo bem, mas vamos cobrar a mesma coisa”.

A diplomacia brasileira também vê o risco de o Brasil ser afetado por tarifas e sanções em três situações: a discussão sobre a criação de uma moeda alternativa ao dólar para transações comerciais entre países dos BRICS, tema que seria central da presidência brasileira do bloco este ano; a proposta de um imposto mínimo de 15% sobre o lucro de multinacionais, que afetaria diversas empresas americanas; e a questão do uso do sistema judicial contra empresas americanas, que deverá surgir nas discussões sobre a “regulamentação” das redes sociais e punições a empresas do setor.

Transmissão oficial

Na mesma coletiva, Lula também aproveitou para se manifestar publicamente sobre a possibilidade de a polêmica presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, assumir um ministério no governo.

Lula disse que isso ainda não foi definido, mas que Gleisi “tem condição de ser ministra em qualquer lugar do mundo”.

É esperada uma grande troca de cadeiras nos Ministérios do governo nas próximas semanas.

Embora nada esteja confirmado, a ala política em Brasília acredita que Rodrigo Pacheco deve assumir oficialmente o Ministério da Justiça e Arthur Lira, o Ministério da Agricultura.

Com a possível ida de Pacheco para o Ministério da Justiça, Ricardo Lewandowski seria designado para o Ministério da Defesa, no lugar de José Múcio, que já anunciou que deixará o governo — segundo ele — para se dedicar à saúde e à família.

Também se espera que o vice-presidente Geraldo Alckmin, que atualmente comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, perca a pasta para algum nome indicado pelo Centrão.

Inicialmente, Alckmin seria designado para o Ministério da Defesa, mas essa não era sua preferência, e seu nome também foi vetado pelas Forças Armadas.

Rodrigo Pacheco deixará a presidência do Senado em fevereiro de 2025, quando será substituído por Davi Alcolumbre, que disputará a presidência da Casa alta legislativa sem concorrentes reais e com o apoio de todos os lados políticos.

A reforma ministerial do governo deve ocorrer apenas após a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado.


(Matéria em atualização)

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