Na Etiópia, Lula cita números do Hamas para comparar Israel à Hitler pela guerra em Gaza e critica “pressa” do mundo “de acusar alguém” no caso da morte do opositor russo Navalny

Captura de tela da transmissão que foi realizada há pouco da Etiópia | Imagem por REPRODUÇÃO/GovTV (EBC)/YouTube/@lula

ADIS ABEBA, 18 de fevereiro — O presidente Lula voltou a viralizar na mídia internacional ao responder, nesta manhã, questionamentos sobre o regime venezuelano ter expulsado o órgão de direitos humanos da ONU da Venezuela, sobre o financiamento brasileiro da UNRWA (Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina), órgão que vem perdendo ajuda de vários países por conta da ligação de vários de seus funcionários com o grupo terrorista Hamas, e sobre a morte do principal opositor russo Alexei Navalny, que de acordo com o regime russo teve uma “morte súbita” no último dia 16/02 enquanto tomava seu banho de sol em um presídio isolado na Sibéria à uma temperatura de -20°C.

Questionado sobre a expulsão dos funcionários de direitos humanos da ONU da Venezuela, Lula disse desconhecer o tema que já foi condenado em nota conjunta no último dia 15/02 pelos governos da Argentina, Costa Rica, Equador, Paraguai e Uruguai, e condenado ontem pelo presidente colombiano Gustavo Petro.

“Eu não tenho as informações, sabe, do que está acontecendo na Venezuela, da briga da Venezuela com a ONU, sabe, eu posso responder essa pergunta com precisão quando eu chegar ao Brasil e tiver uma reunião com a [risos] política externa brasileira” -presidente Lula

Ao entrar no assunto da guerra em Gaza de Israel contra o grupo terrorista Hamas, Lula criticou os inúmeros países que retiraram sua ajuda humanitária à organização regional de direitos humanos da ONU por conta do envolvimento de seus membros com o Hamas.

Ao encerrar suas críticas sobre a pausa no financiamento do órgão, citando números exclusivamente do Hamas, Lula comparou Israel à Hitler.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio […] Olha, se teve algum erro nessa instituição que recolhe o dinheiro, apura-se quem errou, mas não suspenda a ajuda humanitária […] O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus-presidente Lula

No caso do opositor russo que foi declarado morto ontem pela estatal de mídia russa, o mandatário brasileiro, citando a morte das ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, diz que o mundo não deve ter pressa em acusar “alguém”, para não ter que pedir desculpas depois, e que devemos “acreditar no que os médicos legistas vão dizer” antes de fazer um pré-julgamento.

Alexei Navalny estava preso desde 2021 depois de retornar da Alemanha, onde havia sido tratado após uma tentativa de morte por envenenamento pelo próprio Estado russo (identificável pelo tipo do veneno), e tinha apenas 47 anos. De acordo com uma nota pública divulgada no site do Serviço Penitenciário Federal da região onde ele estava preso, o principal opositor de Putin “se sentiu mal” após uma caminhada e “quase imediatamente perdeu a consciência”. A nota pública foi divulgada exatos 2 minutos depois do horário oficial da morte.

“Pra que essa pressa de acusar alguém? Você sabe há quantos anos esperamos o mandante do crime da Marielle? Seis. Não estou com pressa de dizer quem foi que matou, quero achar. Quando eu achar eu vou dizer que foi fulano de tal […] Então, o cidadão [Alexei Navalny] morreu na prisão. Eu não sei se ele estava doente, não sei se ele tem algum problema […] A gente vai culpar quem? Tem que fazer a perícia para depois dizer o seguinte: ‘Olhe, esse cara teve tal coisa e morreu.’ Porque se não é banalizar uma acusação […] Vamos acreditar que os médicos legistas vão dizer que ‘o cara morreu disso e daquilo’ para você poder fazer um pré-julgamento. Se não, você julga agora que foi num sei quem que mandou matar e não foi. Depois você vai pedir desculpas? Para que essa de acusar alguém?” -presidente Lula

Navalny, que tinha exatamente os mesmos posicionamentos de Putin com relação às relações internas e internacionais (por isso era visto como real opositor), ficou famoso por conseguir parar a Rússia várias vezes com gigantescos protestos por todo o país.

Transmissão da coletiva, realizada nesta manhã, onde foram comentadas as questões da Venezuela, Gaza e sobre a morte do principal opositor do regime russo | Canal oficial do presidente Lula

Lula está cumprindo uma agenda internacional de cinco dias na África e deverá retornar ao Brasil neste domingo (18).


Post no Instagram (trechos da fala do presidente Lula na Etiópia)

(Matéria em atualização)

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