Petrobras oficializa nomeação de ex-sócio de Cerveró, réu confesso na Lava Jato por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, para comandar o departamento jurídico da estatal

Ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró | Imagem por Jefferson Rudy/Agência Senado

BRASÍLIA, 22 de maio — O presidente da Petrobras Jean Paul Prates (PT-RN) oficializou há pouco a nomeação de Marcelo de Oliveira Mello, que ficou conhecido em 2015 por admitir à Polícia Federal ser sócio de uma offshore uruguaia chamada Jolmey S/A, que seria do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró, empresa que teria sido utilizada para lavagem de dinheiro; ex-diretor internacional da Petrobras, Cerveró foi condenado na Lava Jato a quase 6 anos de prisão (pena reduzida por acordos) após confessar os crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Marcelo Oliveira Mello já trabalhou na estatal com Cerveró e também foi sócio do escritório de advocacia Tauil, Chequer & Mello, parceiro do escritório americano Thompson & Knight (T&K), responsável pela defesa da Petrobras no processo sobre a polêmica refinaria de Pasadena (a aquisição desse apartamento foi realizada quando Cerveró estava à frente das negociações de Pasadena).

Cerveró teria utilizado a empresa (ocultação de patrimônio) para comprar uma cobertura (Duplex) em Ipanema, RJ, avaliada em R$ 7,5 milhões (o ex-diretor morou por 2 anos no local, que seria alugado, sem pagar aluguel).

Após a compra, nenhuma outra família morou no apartamento além da família de Cerveró.

A empresa “Jolmey do Brasil Administração de Bens Ltda” foi aberta em novembro de 2008 em nome do advogado Marcelo Oliveira Mello (administrador), nomeado hoje para chefiar o jurídico da Petrobras.

A “Jolmey do Brasil Administração de Bens Ltda” (filial da offshore uruguaia Jolmey S/A), criada apenas para a compra deste imóvel, pagou de uma só vez o apartamento (R$ ~1,5 milhão, valor muito abaixo do mercado), dando um sinal de R$ 250 mil, e passando quatro cheques: um de R$ 1,28 milhão, e outros de R$ 25 mil, R$ 22.500 e R$ 15 mil.

Delações de Cerveró: Durante seus acordos de delação, o ex-diretor internacional da estatal chegou a delatar o senador Renan Calheiros e o senador Jader Barbalho, dizendo que pagou ao ex-presidente do Senado e ao ex-governador do Pará US$ 6 milhões em propina.

O inquérito foi arquivado pelo ministro Edson Fachin em setembro de 2019.

Sobre nomeações, a Petrobras diz que “possui um robusto sistema de avaliação para ingressos dos seus executivos”; “qualquer candidato a funções de gestão na companhia deve atender aos requisitos profissionais e técnicos necessários para a função e requisitos de integridade”.


(Em atualização)

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