Gleisi Hoffmann e Zeca Dirceu contam com a cassação de Sergio Moro e já disputam internamente no PT pela vaga do senador em uma possível eleição suplementar

Post de apoio “e a futura senadora” divulgado na conta da primeira-dama Janja Silva | Imagem por REPRODUÇÃO/redes sociais @JanjaLula

CURITIBA, 29 de junho — Os dois principais líderes do PT no Paraná, a deputada Gleisi Hoffmann e o deputado Zeca Dirceu (filho de José Dirceu) já começaram as disputas internas (prévia informal) para angariar apoio na eleição suplementar que poderá acontecer no estado com a cassação do ex-juiz da Lava Jato e senador, Sergio Moro; Moro é alvo de uma ação no TRE do Paraná por “suspeita de caixa 2” e “abuso de poder econômico” durante a campanha que saiu vencedora na disputa por uma cadeira no Senado em 2022.

A ação começou como duas ações, movidas pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) e pelo diretório do PL no Paraná, e foi posteriormente unificada, no último dia 13/06, pelo desembargador Mario Helton Jorge.

O questionamento na Justiça que já é visto pelo PT no Paraná como uma certeza de cassação de Moro, trata do fato do senador ter sido apresentado como pré-candidato à presidência da República, com uma verba maior de campanha, e depois ter desistido e se lançado ao cargo de senador (argumento da sigla PL), e também fala em “movimentações financeiras suspeitas” para projetar a imagem do então pré-candidato sem definir qual seria o cargo a ser disputado, e que o valor não teria sido incluído nos gastos da campanha ao Senado (argumento das siglas PT, PCdoB e PV).

A desistência e a mudança na candidatura foi chamada nas ações de “desproporcional” e teria “suprimido as chances dos demais concorrentes” ao Senado pelo estado, tese que foi acatada pelo desembargador.

Os deputados Zeca Dirceu e Gleisi Hoffmann já estão na disputa interna para angariar apoios e se colocar na disputa pela cadeira (que não está vaga).

O filho de Dirceu tem uma reunião marcada para o próximo dia 07 de julho em Curitiba com Requião Filho (filho de Roberto Requião, ex-governador visto como forte candidato na mesma disputa) para discutir uma “possível aliança” (o deputado é próximo da família).

Com aparente apoio do governo, Gleisi conta com indicações de cargos no primeiro escalão para Roberto Requião para retirá-lo da possível disputa e conseguir seu apoio (apesar dos dois guardarem mágoas um do outro, o que eleva o custo deste apoio).

Também como demonstração de apoio do governo, a primeira-dama Janja Silva postou ontem (28) uma foto com a deputada em suas redes sociais a chamando de “futura senadora”.

O ação contra o senador Sergio Moro, desde o último dia 13, está na fase de produção de provas, na qual devem ser ouvidas ao menos dez testemunhas, e devem ser recolhidas informações das siglas PODEMOS e União Brasil, e das Fundações “Trabalhista Nacional” e “Índigo”.

Sergio Moro foi eleito em outubro a uma cadeira no Senado com 1.953.159 votos.

Sua eventual cassação, como esperam os deputados, levará o estado a realizar uma eleição suplementar no ano que vem (os deputados não precisarão renunciar para participar do pleito).

Além de Sergio Moro, a ação (unificada) também mira Luis Felipe Cunha e Ricardo Augusto Guerra, seus dois suplentes no Senado*


(Em atualização)

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