Em provável fase final de negociação, presidente turco solicita apoio para adentrar à União Europeia em troca do apoio à entrada da Suécia na OTAN

Secretário-geral da OTAN Jens Stoltenberg e presidente turco Recep Tayyip Erdogan | Imagem oficial por OTAN

ISTANBUL, 10 de julho — Na provável última fase de negociação para a aprovação da Suécia na OTAN, o presidente turco Recep Erdogan disse há pouco que espera que países europeus, incluindo a própria Suécia, demonstrem apoio à adesão da Turquia na União Europeia (que a negociação seja retomada de forma oficial); anteriormente, como parte do acordo, a Turquia já conseguiu a extradição de inúmeras pessoas que o país considera “terroristas” (membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão/PKK), além do avanço nas negociações para a aprovação da compra de caças americanos F-16 e a modernização dos F-16 que a Força Aérea turca já possui.

A questão da modernização dos caças turcos já está sendo resolvida pela Câmara dos Deputados americana, porém a venda provavelmente será aprovada apenas após o acordo de entrada da Suécia na OTAN ser chancelado pela Turquia.

O Senado americano não participa desse tipo de aprovação, mas faz questão que a Turquia cumpra primeiro a sua parte do acordo antes da venda dos caças (acordo de US$ 20 bilhões), sob ameaça de retaliar os projetos que chegam da Câmara (política interna dos Estados Unidos).

O acordo também envolverá a proibição da utilização dos caças nas brigas constantes do país com a Grécia (também membro da OTAN)*

“A Turquia espera à porta da União Europeia há mais de 50 anos, e quase todos os países membros da OTAN são agora membros da União Europeia. Estou fazendo este apelo a esses países que deixaram a Turquia esperando nos portões da União Europeia por mais de 50 anos. Abram um caminho para a adesão da Turquia à União Europeia. Quando vocês abrirem um caminho para a Turquia, ratificaremos a adesão da Suécia à OTAN, assim como aprovamos a adesão da Finlândia-presidente turco Recep Erdogan

O presidente turco tem encontro marcado para hoje com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, e com o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg.

Para a Suécia entrar na OTAN, ela precisa ser aprovada com a ratificação oficial dos governos dos 31 países membros. Hoje, apenas Turquia e Hungria ainda não ratificaram a entrada do país no grupo (a Hungria não tem qualquer poder de barganha e assim como fez com no caso da adesão da Finlândia, por questões de política interna, deixará para assinar a ratificação alguns dias antes da Turquia).

Turquia na União Europeia: O pedido de adesão da Turquia à União Europeia (na época CEE) foi realizado em 1987 e oficialmente reconhecido em 12 de dezembro de 1999, na cúpula de Helsinque do Conselho Europeu. As negociações para a adesão plena do país foram iniciadas em outubro de 2005, mas paralisadas oficialmente em 2016 (país já era governado por Erdogan há 13 anos) por “violações de direitos humanos” e do “estado de direito” por conta da forma como o presidente local respondeu a uma tentativa de golpe de Estado, na época vista como “desproporcional” e “politizada para ampliar os poderes presidenciais”.

Desde o pedido de adesão do da Turquia para então Comunidade Econômica Européia (CEE), 16 países tiveram suas entradas aprovadas.


É esperado que a questão da adesão sueca à OTAN aconteça em breve.

Ainda hoje mais cedo, o ministro das Relações Exteriores da Suécia disse publicamente que a Turquia abandonaria suas objeções à adesão sueca à OTAN, e que a adesão de seu país seria uma questão de “quando”, e não “se”.

Finlândia (se tornou membro pleno do tratado no dia 04/04) e Suécia deram entrada juntas no processo de adesão à OTAN em julho do ano passado, porém a entrada sueca no grupo foi paralisada pela Turquia para que houvessem negociações.

Já era esperado que um acordo fosse fechado após a eleição presidencial turca, tanto pelo ponto da Suécia tentar negociar com um possível novo presidente, quanto pelo próprio Erdogan não se indispor com a ala mais radical de seu partido antes do pleito.

De acordo com estatais da Rússia, a Turquia se encontra na “lista de países não-amigos” do país desde a aprovação da Finlândia no grupo.

Apesar da confusão criada pelo discurso da Rússia não permitir membros da OTAN em sua vizinhança, Estônia e Letônia, que fazem fronteira com a Rússia, são membros da OTAN desde 2004 e não tinham uma relação ruim com o país antes da nova incursão russa na Ucrânia de fevereiro de 2022.

A Finlândia, que agora é um membro pleno na OTAN, tem a maior fronteira da União Europeia com a Rússia, e suas fronteiras estão vazias militarmente como nunca estiveram antes (incluindo batalhões conhecidos que lutaram na última guerra contra a Finlândia).


(Em atualização)

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