Sob aplausos, ao tentar citar dados do Hamas, Lula acusa Israel de matar “quase 12,3 milhões de crianças” em Gaza

Presidente Lula no evento de hoje em Brasília | Imagem (quadro da transmissão) por CanalGov (EBC)

BRASÍLIA, 3 de abril — O presidente Lula voltou a viralizar nesta noite em páginas de notícias nacionais e internacionais por afirmar, lendo em um suas anotações e sob aplausos, durante a 12ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, ao tentar citar os dados fornecidos exclusivamente pelo Hamas sobre mortos e feridos em Gaza, que Israel matou quase 12.300.000 crianças na guerra contra o grupo terrorista na região palestina.

“[…] e eu queira pedir, pedir um gesto para vocês, para uma fotografia que eu acho importante ser tirada. Eu queria, se vocês pudessem, levantassem a mão e fazer uma foto, e dedicar esse encontro à algumas pessoas que não podem estar entre nós […] esse levantar de mãos de vocês é na verdade uma demonstração da nossa solidariedade a quase 735 milhões de pessoas, dentre os quais muitas crianças, que vai dormir toda noite sem ter um copo de leite para tomar ou um pedaço de pão para comer. É, as crianças, os quase 40 mil que morreram e ficaram órfaos de pai e mãe por conta da COVID. São as crianças que no Brasil morrem de desnutrição porque ainda não recebem as calorias e as proteínas necessárias. Mas sobretudo, é uma homenagem a quase 12.300.000 crianças que morreram na Faixa de Gaza, em Israel, bombardeadas, em uma guerra insana.” -presidente Lula

Transmissão oficial do evento | CanalGov/EBC

O número que Lula estava tentando citar, que estava em suas anotações, era o número divulgado e sem qualquer possibilidade de verificação do Ministério da Saúde do grupo terrorista Hamas em Gaza. De acordo com os números divulgados pelo grupo em março, mais de 30.000 pessoas teriam sido mortas em Gaza, entre elas, 12.400 crianças. Seguindo a mesma divulgação do Hamas, mais de 70 mil pessoas, entre elas 8 mil crianças, estão ou ficaram feridas por ataques aéreos israelenses.

De acordo com as estatísticas locais e internacionais, Gaza tem uma população de cerca de 2,2 milhões de palestinos (dobro da população registrada no ano 2000), espalhados em uma área de 365km2.

Não é a primeira vez que o mandatário brasileiro ganha os noticiários ao comentar a guerra contra o grupo terrorista em Gaza. Entre discursos comparando Israel à Hitler, críticas diretas ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, e duras respostas diretas de Israel citando nominalmente Lula em postagens na internet, os governos dos dois países estão trocando farpas desde o fim do ano passado.


Negociações no Egito: No último dia 25 de março, com a abstenção americana, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que exigia um cessar-fogo em Gaza durante o mês do Ramadã (período sagrado para os muçulmanos que já começou e termina no dia 19 de abril) e a libertação imediata e incondicional dos reféns israelenses que estao em poder do grupo terrorista Hamas.

Votaram a favor: Rússia, China, Reino Unido, França, Argélia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Suíça.

Se absteve: EUA.

Apesar do grupo terrorista divulgar uma nota elogiando a resolução do Conselho de Segurança que pedia um cessar-fogo imediato em Gaza, o Hamas REJEITOU formalmente, no mesmo dia da votação na ONU, o acordo de cessar-fogo que estava sendo mediado por Qatar e Egito e que tinha apoio de oficiais israelenses.

O acordo envolvia a troca de 40 reféns israelenses por 700 prisioneiros palestinos, entre eles 100 terroristas que cumprem prisões perpétuas por crimes de terrorismo que terminaram em mortes, além de 6 semanas de cessar-fogo na região.

No último dia 27/03, dois dias após a resolução do Conselho de Segurança da ONU pedir um cessar fogo imediato na região, o importante oficial do Hamas Khaled Mashaal, ex-líder do escritório político do grupo terrorista e atual representante do Hamas no Qatar (responsável pelas atuais negociações com Israel), disse em um evento na Jordânia, depois de abertamente pedir por doações financeiras ao grupo, que o Hamas não libertará mais reféns israelenses até que as Forças de Defesa de Israel deixem o território de Gaza (fim da guerra).

Oficialmente, ainda existem 134 reféns israelenses (cerca de 40 anunciados como mortos) em Gaza, sendo um deles o brasileiro-israelense Michel Nisenbaum, de Niterói (RJ).

Pôster oficial sobre o sequestro do brasileiro Michel Nisenbaum

O último posicionamento público de um oficial brasileiro sobre Michel aconteceu em 30 de novembro do ano passado, quando o próprio presidente Lula, no Qatar, disse que ele poderia “ser liberado por esses dias”.


(Matéria em atualização)

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