Reino Unido retira estudo sexual para crianças pequenas e proíbe o ensino sobre identidade de gênero nas escolas

Primeiro-ministro Rishi Sunak | Imagem oficial por Simon Walker/No 10 Downing Street

LONDRES, 17 de maio — O primeiro-ministro britânico Rishi Sunak anunciou em suas redes sociais oficiais as novas diretrizes do Departamento de Educação do Reino Unido que estabelecem uma idade mínima para o ensino de educação sexual e que proíbem o ensino sobre “identidade de gênero” nas escolas.

As diretrizes serão implementadas de forma direta nas escolas da Inglaterra e servirão como sugestão para a Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, que, apesar de serem partes do Reino Unido, possuem autonomia em questões educacionais.

(Postagem do primeiro-ministro Rishi Sunak) Alterações nas aulas de Educação em Saúde, Relacionamentos e Sexualidade (RSHE): Os pais poderão ver os materiais utilizados em sala de aula; Novas classificações etárias para tópicos sensíveis; As escolas não ensinarão sobre o conceito contestado de identidade de gênero.

De acordo com as novas diretrizes, que vinham sendo discutidas há muitos anos no Reino Unido e que agora foram publicadas como orientação oficial, a partir de hoje, “após múltiplos relatos de materiais perturbadores sendo usados nas aulas de Relações, Sexo e Educação em Saúde (RSHE)”, as escolas não poderão ensinar educação sexual a crianças menores de 9 anos.

O ensino sexual após os 9 anos deverá ser “puramente científico” e os materiais escolares serão apresentados aos pais dos alunos antes de serem utilizados nas aulas.

Também ficará proibido o ensino da “contestada teoria da identidade de gênero”, que apenas será discutido brevemente no ensino médio, em aulas de educação sexual, até os limites que já são tratados na legislação local, e sem a utilização de materiais “que apresentem pontos de vista contestados”, “incluindo a visão de que o gênero é um espectro”.

Segundo o primeiro-ministro Rishi Sunak, que tem discutido o assunto em várias entrevistas locais nos últimos dias, a orientação “visa estabelecer confiança entre as escolas e os pais”, garantindo-lhes a tranquilidade de que seus filhos não estão sendo expostos a um “conteúdo perturbador inadequado para suas idades”.

“Sempre agirei rapidamente para proteger nossas crianças, e essa nova orientação fará exatamente isso, ao mesmo tempo em que apoia os professores para ensinar esses tópicos importantes de forma sensível e dando aos pais acesso ao conteúdo do currículo, se desejarem” -Rishi Sunak

O texto da diretriz também destaca que os profissionais da educação devem intensificar os esforços em relação ao tema “suicídio” e, quando questionados sobre identidade de gênero no ambiente escolar, devem simplesmente responder: “este é um assunto contestado”.

Defendendo a medida em entrevistas à mídia local, a parlamentar e Secretária da Educação britânica, Gillian Keegan, afirmou que a nova orientação é crucial para conter a disseminação da “ideologia de gênero” que “desconsidera o sexo biológico” em algumas escolas, e que isso não muda na questão da liberdade individual de escolha sexual de uma pessoa, o que é protegido por uma Lei de 2010.

“O sexo biológico é a base da educação sobre relacionamentos, sexo e saúde – não essas visões contestadas […] Vi alguns materiais em que se fala que a identidade de gênero é um espectro, que há muitos gêneros diferentes, tentando fazer com que as crianças façam testes sobre o que é uma identidade de gênero e o que não é, ignorando o sexo biológico… muito desse material tem causado preocupação […] O que estamos tentando impedir não é a mudança de gênero. A mudança de sexo é uma característica protegida […] Identidade e ideologia de gênero são coisas diferentes” -Secretária da Educação do Reino Unido, Gillian Keegan

(Postagem da Secretária da Educação do Reino Unido) “Chega de situações em que os pais são impedidos de ver os materiais [escolares]. Chega de ensinar às crianças tópicos muito além de sua idade. Chega de ensinar a visão contestada da identidade de gênero. É isso que nossa orientação garantirá.”

Uma consulta pública estará disponível até 11 de julho para receber sugestões da população sobre as alterações nas diretrizes (procedimento da burocracia local).


(Matéria em atualização)

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