Diretores da Caixa aprovam auxílio creche de R$ 4.500 para executivos do banco que possuem salários que ultrapassam R$ 70 mil mensais; valor foi posteriormente vetado

Presidente da Caixa Carlos Vieira | Imagem por José Cruz/Agência Brasil

BRASÍLIA, 25 de maio — A diretoria da Caixa Econômica Federal, geralmente gerida pelo Centrão (o presidente é indicação de Arthur Lira), aprovou em seu Conselho de Administração um auxílio-creche de R$ 4.500 mensais para os executivos do banco que ocupam os cargos de presidente, vice-presidentes (12) e diretores que tenham filhos de até 3 anos (totalizando 52 pessoas com salários superiores a R$ 70 mil por mês).

A decisão aprovada, que também contou com um aumento no auxílio-alimentação desses mesmos executivos, de R$ 948,15 para R$ 1.969,10 mensais, foi formalizada em um “comunicado interno confidencial” enviado para eles mesmos no último sábado (18) e acabou sendo VETEDA pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, do Ministério da Gestão e Inovação, que autorizou apenas o mesmo valor de auxílio-creche que é pago aos outros funcionários da instituição, no valor R$ 630,42, e um aumento no auxílio alimentação para 1.542,55.

A aprovação – vetada – nos aumentos dos auxílios acontece no mesmo mês em que os dirigentes já haviam recebido um aumento de salário de 4,62%.

Até o momento, a Caixa não comentou sobre o assunto e se limitou a dizer que “este benefício foi estabelecido em 2024 e tem o mesmo valor do auxílio concedido para os empregados do banco, bem como as regras para concessão” (decisão já revista).


No final de abril, o Banco do Brasil também se envolveu em uma controvérsia semelhante ao solicitar, e ter negado, um substancial aumento salarial para seus executivos.

Sob a justificativa de que os salários dos executivos do BB estão “defasados” e que é necessário ter “remuneração justa frente às responsabilidades” dos cargos (os executivos compararam os seus salários com os salários pagos em bancos privados), a instituição pediu um aumento de 57% (de R$ 74.972 para R$ 117.470) para a sua presidente Tarciana Medeiros, de 34,4% (de R$ 67.105 para R$ 90.188) para os seus vice-presidentes, e de 21,7% (de R$ 56.873 para R$ 69.242) para os seus diretores.

Frustrando o plano dos executivos, o texto aprovado pela Assembleia do BB concedeu um aumento de apenas 4,62% em seus salários, que no caso da presidente e dos vice-presidentes já ultrapassam os R$ 100.000 mensais com as suas participações em conselhos e nos ganhos do banco.

Se o plano inicial tivesse sido aprovado, apenas Tarciana Medeiros ganharia quase R$ 4 milhões anuais (salário somado aos adicionais citados acima).

Somando com todos os aumentos do plano inicial, o Banco do Brasil teria um aumento anual de gastos, apenas com o salário dos executivos, de R$ 76,17 milhões.


(Matéria em atualização)

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