Mídia russa diz que o presidente russo Vladimir Putin fará um pronunciamento na noite de hoje; último pronunciamento em TV aberta aconteceu antes da invasão à Ucrânia

Presidente russo Vladimir Putin | Imagem de divulgação oficial do governo russo

MOSCOW, 20 de setembro — Segundo 2 veículos de mídia da Rússia, o presidente russo Vladimir Putin fará um pronunciamento na TV aberta da Rússia na noite de hoje para falar sobre os “referendos” que foram anunciados mais cedo sobre a anexação de regiões parcialmente ocupadas da Ucrânia, especificamente Kherson, Luhansk, Donetsk e Zaporizhzhia; o pronunciamento foi anunciado pela mídia russa RBC (РБК).

Segundo a mídia russa Baza, o ministro da Defesa russo Sergei Shoigu também fará um pronunciamento ou acompanhará o presidente russo durante o seu discurso.

Existe a especulação sobre a possível convocação de uma mobilização nacional (convocação de adultos em idade militar).

Outras opções seriam a declaração formal de guerra, convocação de recrutas e reserva (teria o mesmo efeito não-prático da mobilização), ou talvez uma Lei Marcial.

Isso vem sendo falado abertamente pelos apresentadores da TV estatal russa.

Todos os veículos de mídia da Rússia são controlados pelo governo, então esse tipo de anúncio é praticamente oficial (a menos que haja uma desistência).

Mais cedo, a Duma russa (Câmara dos Deputados) anunciou a aprovação da criação de um projeto de lei que será votado amanhã sobre regras e punições mais rígidas para quem não quiser ir lutar na Ucrânia em caso de mobilização nacional.

Detalhes do novo projeto de lei:

  • A recusa em ir lutar na Ucrânia será respondida com uma pena de 10 anos de prisão;
  • Reservistas que não se apresentarem após convocação, serão punidos com 10 anos de prisão;
  • Soldados que optarem pela rendição, em qualquer circunstância (prisioneiros de guerra), serão punidos com 10 anos de prisão;
  • Recusa em participar de uma mobilização nacional (convocação geral): 7~10 anos de prisão;
  • Roubo de equipamentos: 15 anos de prisão;
  • Recusa do cumprimento integral do contrato militar: 8 anos de prisão.

Texto publicado aqui no dia 09/05 sobre a chamada “mobilização nacional”:
“É esperado que o presidente russo Vladimir Putin, em algum momento próximo, faça uma convocação geral no país (localmente chamada de ‘mobilização’).
Relevante: A Rússia não tem uma reserva bem treinada e seus recrutas servem as Forças Armadas por um ano.
Assim que eles terminam o treino (boa parte sequer aprende alguma coisa e no máximo participa de palestras e escreve algum conteúdo básico sobre aeronaves), são imediatamente desmobilizados.
Não está claro o quão útil essa Força extra seria no combate atual, principalmente sem os sub-oficiais bem treinados que estão na Ucrânia.
Os recrutas geralmente são treinados em suas unidades, mas a grande maioria dos regimentos/brigadas de terra está parcialmente dentro da Ucrânia.
Além disso, uma mobilização de forma oficial aumenta -e muito- as apostas pessoais do presidente russo Vladimir Putin.
Não vencer o colocaria em uma posição de risco (tudo depende de quais sãos os objetivos dele).
Ocupar mais regiões da Ucrânia não é uma solução sustentável a longo prazo enquanto a Ucrânia continuar lutando e recebendo armas. A Rússia teria que tornar essa guerra insustentável para Kyiv, e isso também depende do nível de participação da OTAN/UE/EUA.
O último decreto do presidente Vladimir Putin sequer conseguiu reunir o número suficiente de reservistas.
É impossível prever o risco político de um número alto de reservistas destreinados mortos em combate.
Lembrando que a Rússia já iniciou a guerra em fevereiro com ~70% de seus batalhões de combate terrestre/BTGs (hoje está em ~80%)+Rosgvardia (Guarda Nacional)+batalhões da Chechênia (em março)*
Apenas como referência, em 2003, os Estados Unidos utilizaram ~37% da sua Força tática terrestre no Iraque e ainda conseguiram fazer uma rotação de soldados/batalhões*”


Atualização:

Canais russos e pessoas influentes do governo confirmam que o presidente russo não fará hoje um discurso na TV aberta da Rússia (anunciado e posteriormente deletado até das redes sociais estatais).

Apresentador da TV estatal russa Vladimir Solovyov: “amanhã!”
Chefe da estatal de TV russa RT, Margarita Simonyan: “vão para a cama.”
Correspondente estatal militar russo Komsomolskaya Pravda: “Nos encontramos amanhã de manhã, mas não tão cedo igual da última vez, dia 24 de fevereiro” (dia da invasão)

(em atualização)

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