Lula planeja anunciar retorno do Brasil à Unasul em reunião dos 100 dias de governo; Brasil e outros países deixaram o bloco (político) em 2019 por divergências ideológicas

Presidente boliviano Evo Morales, ditador venezuelano Hugo Chávez e presidente Lula (2007/criação da Unasul) | Imagem por Ricardo Stuckert/PR (CC3.0)/Agência Brasil

BRASÍLIA, 6 de abril — O presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva pretende anunciar o retorno do Brasil à União das Nações Sul-Americanas (Unasul) – bloco (político) sul-americano criado em 2004 como “Comunidade Sul-Americana de Nações” e transformado em Unasul em 2008 por Hugo Chávez – durante a celebração dos 100 dias de governo; bloco deixou de ter relevância após perder os membros Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Uruguai e Paraguai por conta de divergências ideológicas.

O Brasil já estaria iniciando o processo burocrático para voltar formalmente à organização, além de estar em contato com os demais países que deixaram o bloco (internamente falam que o Brasil poderá realizar uma cúpula dos presidentes no dia 30 de maio).

Ontem, o presidente argentino Alberto Fernández, em uma declaração realizada à imprensa local, confirmou que a Argentina retornaria ao bloco (oficialização aconteceu hoje) e que o mesmo anúncio seria feito pelo presidente Lula.

“Hoje já oficializamos nosso ingresso na Unasul. O Brasil, se não me engano, fará a mesma coisa amanhã, e já pedi ao presidente Boric (Chile) que temos que trabalhar juntos para recriar a Unasul, mas destes tempos, não a Unasul de outros tempos” –presidente argentino Alberto Fernández

Dos 12 países que já fizeram parte da Unasul, hoje restam apenas cinco membros, sendo eles Argentina (retorno formalizado hoje), Bolívia, Guiana, Suriname e Venezuela.

Post do chanceler argentino confirmando o retorno oficial do país ao bloco

Quanto à burocracia, para retornar ao bloco, o governo atual precisa apenas anular o decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro, que encerrou a participação brasileira na Organização, e enviar uma comunicação aos demais países-membros informando que o Brasil está de volta (não haverá a participação do Congresso).

A Unasul chegou a ter uma sede física na capital do Equador, que foi devolvida ao governo (por solicitação formal) após o país deixar o grupo, e uma estrutura que incluía uma “escola sul-americana de Defesa”, um “centro de estudos estratégicos” e um “instituto na área de Saúde” (hoje já falam que o grupo também criará um centro de estudos sobre o clima).

As cartas-convite para a ‘cúpula dos presidentes’ que o Brasil provavelmente realizará no fim de maio ainda não teriam sido enviadas.


(em atualização)

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