BRASÍLIA, 21 de junho — O advogado Cristiano Zanin foi aprovado agora no plenário do Senado, por 58 votos a 18, para ocupar a cadeira no Supremo Tribunal Federal que pertencia ao ex-ministro Ricardo Lewandowski; Zanin foi oficialmente indicado no dia 01/06 e ocupará uma cadeira na Suprema Corte até 2050.
Essa foi a terceira maior votação dos ministros que atualmente fazem parte do Supremo Tribunal Federal (ficou atrás do juiz de carreira Luiz Fux, que foi aprovado com 68 votos, e Luis Roberto Barroso, que foi aprovado com 59 votos).
Mais cedo, o advogado foi aprovado na sabatina do Senado por 21 votos a 5.
Zanin tem 47 anos, é casado com a advogada Valeska Teixeira Zanin Martins (estava presente na sabatina), natural de Piracicaba, interior de São Paulo, se formou pela PUC-SP e atua como advogado há cerca de 20 anos. O provável novo ministro ficou conhecido por ter atuado na defesa do atual presidente Lula, mas também atuou, representando um fundo americano, no processo de recuperação judicial da empresa Varig, além de ter sido recentemente contratado para atuar na defesa da Americanas, para atuar no litígio contra o banco BTG Pactual.
O escritório do casal também foi contratado pelo Grupo J&F para tentar livrar os conhecidos irmãos Batista (JBS) de uma multa de R$ 10,3 bilhões acordada com o Ministério Público Federal em 2017 para assegurar o fim das investigações em quatro operações policiais contra as empresas da holding. O dinheiro (já foram pagos ~R$ 2 bilhões) tem como destino as empresas públicas prejudicadas pelas ações ilegais do grupo e o Tesouro Nacional.
O processo havia sido suspenso em uma ação de revisão do pagamento apresentada pela defesa do Grupo J&F que citava ‘ilegalidades no cálculo do valor’ no TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região).
Em novembro do ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) disse que a decisão questionada do TRF-1 “comprometia a ordem pública ao gerar incerteza sobre a força vinculante dos acordos de leniência” e determinou a cobrança da multa.
Devidamente empossado, Zanin herdará inúmeros processos de interesse do Planalto, além de ações contra adversários políticos do governo (lista inclui o senador Sergio Moro).
Em 2 de outubro deste ano, a ministra Rosa Weber também completará 75 anos de idade e abrirá outra vaga a ser indicada pelo atual presidente brasileiro.
Como Zanin é tratado como a única cota pessoal do presidente Lula, é esperado que apenas nomes grandes disputem a vaga (ministros de instâncias inferiores e políticos).
Hoje, os mais cotados para a segunda vaga são o próprio presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o ministro do STJ Benedito Gonçalves, e o presidente do TCU, Bruno Dantas.
(Em atualização)